quinta-feira, 1 de março de 2012

HISTÓRIA DO XADREZ – Edward Lasker


Interessante e instrutivo, este livro é indicado para todos que se interessam pelo ‘Jogo dos Reis’, sejam iniciantes ou experientes.

O maior encanto do livro é ter sido escrito por alguém que participou ativamente da história que se propõe a contar.

A modéstia impede o autor de entrar em detalhes, mas a narrativa em primeira pessoa dos memoráveis encontros e partidas idem com os maiores nomes do xadrez na primeira metade do século XX (Capablanca e Alekhine são apenas os mais famosos de uma longa lista) não deixa dúvida: Edward Lasker não era fraquinho no xadrez, não.

Trata-se de um livro escrito por alguém que ama e conhece profundamente a arte do xadrez. De seu privilegiado ponto de observação, o de um mestre entre mestres, Lasker retrata o modo de pensar e até mesmo traços da personalidade de todos os campeões mundiais de xadrez que conheceu. Essa é uma das melhores partes do livro, mas tem muito mais:

* A história do jogo, desde a sua remota e lendária origem na Índia até os dias do ‘jogador eletrônico de xadrez’ (o livro foi publicado em 1959 e contém uma detalhada e valiosa descrição dos primeiros esforços da ciência em produzir uma ‘Inteligência Artificial’, ou seja, uma máquina capaz de pensar).

* Relações do xadrez com as artes afins (literatura, pintura, música e matemática).

* Famosos jogadores de xadrez, como Napoleão, que era um péssimo jogador e um perdedor ainda pior.

* Reflexões sobre o ‘estado atual do xadrez de mestre’, com a interessante sugestão de que a ‘era científica’ vem transformando a arte em mero decoreba (obviamente o autor expressou-se com muito mais elegância e sutileza...).



E o melhor de tudo é que não é preciso saber jogar xadrez para gostar de ler essa “História do Xadrez”. A segunda parte do livro, essa sim, é mais um apêndice com uma cartilha de xadrez para quem deseja aprimorar-se no jogo.

Gostei muito de ter lido esse livro. Um dos maiores ganhos foi a descoberta de que existe todo um grupo de pessoas como eu, que se interessam mais pelo lado estético e filosófico do xadrez que pelo jogo em si.

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