“Sabe de uma coisa, George? Você pegou o hábito de amar.”
“O que você quer dizer com isso, querida?”
(...) “Você simplesmente precisa de alguma coisa em seus braços, é isso. O que você faz quando está sozinho? Se enrosca no travesseiro?”
Esse diálogo, registrado na história de abertura e que dá o título ao livro (“The Habit of Loving” no original), resume bem a essência da proposta de “O Hábito de Amar”.
Doris Lessing é uma autora extremamente inteligente e com uma profunda visão da natureza humana. Sob o meu ponto de vista pessoal, é uma pena que essa inteligência e visão sejam moldadas pelo pessimismo e pela ironia.
A autora não parece depositar muita fé nas aspirações e valores humanos. O que fica, ao final da leitura, é o sabor amargo do ceticismo e das ilusões perdidas.
Eu já havia lido há alguns anos atrás “Roteiro Para Um Passeio Ao Inferno”, da mesma autora. Um livro que fez jus ao título, uma experiência literária única e assustadora. E agora, com este “O Hábito de Amar”, confirma-se para mim a vocação de Doris Lessing para o sofrimento.
É inegável que Doris Lessing é uma escritora de excepcional talento. Só não a leia quem estiver em busca de sorrisos.
Uma dica super válida!!!!!!!!
ResponderExcluirParabéns ;D