Neste romance de título expressivo (“Sadie When She Died” no original) Ed McBain decidiu presentear seus leitores com um especial de Natal. Mas não é o lado festivo ou fraterno do espírito natalino que é evocado nas páginas deste livro. Muito pelo contrário.
“Sadie Quando Morreu” é um livro sobre o lado negro do natal. É uma história sobre solidão, abandonos e desencontros, sobre melancolia, desesperança e suicídio, sobre os excluídos e seus abismos. E também, é claro, sobre mais um horripilante assassinato a ser desvendado por Steve Carella e seus companheiros.
O livro faz parte da série “87º Distrito”. Uma história sórdida e amarga, escrita com a habitual competência de um mestre.
Começo afinal a compreender o que McBain propunha com sua “subtil art of understatement”. Neste livro sua narrativa está mais seca, quase que totalmente desprovida de floreios. O autor se atém à mera narrativa distanciada e objetiva dos fatos. E os fatos falam por si, com muito mais força que se estivessem duvidosamente reforçados por uma muralha de adjetivações e considerações. McBain trilha um caminho oposto ao de Lovecraft. E Rubem Fonseca, agora vejo, é quase um irmão de McBain. Não é à toa que gosto tanto dos dois (embora não menos de Lovecraft)!
“Sadie Quando Morreu” é uma leitura policial com uma surpreendente escalada de catarse. Resumindo, sinistro!!!
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