BOCA DO INFERNO - Ana N. Miranda
Andei lendo muitas obras que estavam
empoeiradas na estante....e esse é um deles. Essa cearense com alma carioca dos
anos 50, atriz, poetiza e romancista me encantou.
Essa obra foi seu primeiro romance
editado em 1989, classificada com um dos 100 maiores romances brasileiros do
séc. XX e traduzida em muitos idiomas, que
tem como protagonista o bárbaro, crítico, extravagante, desbocado e satírico poeta
baiano barroco Gregório de Matos, apelidado de Boca do Inferno por sua extrema coragem em criticar e ofender a Igreja.
Existem particularidades
bibliográficas incríveis sobre a vida desse crítico baiano.... além de
advogado, poeta crítico e mordaz da
sociedade baiana, do governo e da Igreja, perseguido por seus poemas críticos com
um linguajar um tanto quanto chulo, por combater conspiração militar e por ser
considerado um inimigo político, Gregório foi denunciado pela Inquisição, por não reverenciar e difamar Jesus Cristo. Dizem as fofocas bibliográficas ainda que
minutos antes de sua morte, como sua última sátira chama em seu leito de morte
dois padres e pede como último desejo, que fiquem cada um de um lado de sua
cama, e abrindo os braços como se assumisse a personalidade de Jesus Cristo...alega
estar morrendo entre dois ladrões,
tal como ao ser crucificado.
Essa maravilhosa obra é uma espécie de
policial, onde a realidade e a ficção se alternam numa deliciosa aventura, com
direito a crimes, perseguições e traições, vivido na Bahia do séc. XVII, onde o
assassinato violento e político do secretário do governador, tem como culpados e perseguidos o padre Antônio
Vieira e seu irmão, Gregório de Matos e
seu primo. A trama é muito bem amarrada e os personagens fluem pelas páginas
como se dançassem todos, a mesma melodia.
A obra faz um passeio maravilhoso pela virgem
Bahia do sec. XVII, governada por um tirano militar apelidado de Braço de
Prata, que persegue seu crítico e inimigo político Gregório de Matos e seus
companheiros, que lutavam por um governo mais justo, pela justiça social e uma
Bahia menos sofrida.
A obra é
maravilhosaaaaa ...eu adorei e recomendo muitoooo!!!
Recomendo
também a obra poética de Gregório...é uma obra sensacional com seu original
editada em 1775. Olhem que linda a capa da primeira edição...
O honesto é pobre, o ocioso
triunfa, o incompetente manda. (Gregório
de Matos)
Será que ele estava tão errado assim? ahahah
Não sei se esse é um livro que eu gostaria de ler, mas, confesso que fiquei tentada.
ResponderExcluirMandou bem, Madame X,gostei de ver...
bj da angel ;)
Viva viva viva esse baiano porreta!!!
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