A frase de abertura desse livro já
mostra bem o que teremos em seguida (tradução livre minha):
“Em
vinte e um de novembro, no dia de seu quadragésimo sétimo aniversário, três
semanas e dois dias antes de ser assassinada, Rhoda Gradwyn foi até a Harley
Street para a sua primeira consulta com o cirurgião plástico e lá, em uma sala
decorada (assim parecia) para inspirar confiança e banir apreensões, tomou a
decisão que iria levar inexoravelmente à sua morte.”
Inteligência, finesse... e assassinatos!
Essas são as marcas registradas de P. D. James, senhora inglesa de olhar tão
simpático e benevolente, que quase não dá para acreditar que ela é capaz de
pensar em tantas crueldades...
Apreciei muito a oportunidade de ler
esse livro no original (“The Private Patient”). Além de poder captar melhor o
estilo de P. D. James, pude aprender um pouco mais sobre alguns de seus
“truques” literários. Um deles é frequentemente complementar os diálogos com
sentenças hipotéticas, formuladas pelos personagens apenas em pensamento. Um
recurso bem interessante, que dá vivacidade e realismo aos diálogos.
Outro desses “truques” também diz
respeito aos diálogos, mais especificamente às conversações entre Adam Dalgliesh
(o herói criado por P. D. James, mistura de policial e poeta) e seus
subordinados. Demorei um pouco para perceber a sutileza e elegância desses
diálogos, que sempre procuram reproduzir o ponto de vista de um oficial de
polícia empenhado em sua investigação, considerando sempre o aspecto
profissional acima de tudo. O que não impede que o lado humano aflore, em
passagens de grande sensibilidade:
“Você
falou movida pela compaixão. Sentir muita compaixão pode ser perigoso em uma
investigação de assassinato, mas não tão perigoso quanto perder de todo a
capacidade de sentir compaixão.”
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
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