Adoro esse poeta carioca, parnasiano/romântico,
que como muitos se escondia no pseudônimo de mais de 50 nomes. Foi um dos fundadores da ABL, mas sua cadeira
era a 15...talvez por ser tão combatido pelos modernistas. Ahahahah Dizem que foi o poeta mais lido do
começo séc. XX, quando os homens traziam
sempre em seus bolsos, um soneto no lugar de um discurso.
Essa obra me encantou
pela sua melancolia e seus temas de meditação beirando sempre a filosofia.....me
sinto participante da obra quando essa segue por esse caminho filosófico.
Essa obra é uma das
três coletâneas do seu livro “Poesia”, com seus sonetos incríveis, cheios de
métricas perfeitas, decassílabos maravilhosos como as de Bocage, sensuais e aquela
melancolia que adoro, me apaixonei por essa obraaaaa.
Sua jornada política lhe deu respaldo para
críticas contra a ditadura, com certeza de causa...um republicano e
abolicionista dos melhores....escreveu o Hino à Bandeira né? Mas essa parte prefiro esquecer....ahahah
Adoro soneto, linguagens rebuscadas e
complicadas, rimas esporádicas e quase
marginais mas com métricas perfeitas, objetividade, emoções presas nas
entrelinhas com sinais de impessoalidade, reflexões filosóficas e nada
românticas, amo os clássicos principalmente quando trazem em suas linhas fatos
históricos como floreio...enfim...sou quase 100% parnasiana e é quase tudo que
encontrei nessa obra.
Vi a morte do
Parnasianismo quando li Broquéis de Cruz e Souza, e acho que ela ainda vive muito acesa em mim. E
viva Charles Baudelaire e Théophile Gautier...ahahah
Toda a obra é
maravilhosa, mas eu realmente me encontrei mais em Alma Inquieta , com
seu amor sempre em pecado e decadência. Adorei a sexualidade com que trata as
estrofes...olha que lindo esse poema de nome Pecador, vê se não tem ‘um que’ de
dandismo em suas linhas...ou será que enlouqueci ?
Pecador
Este é o altivo
pecador sereno,
Que os soluços afoga
na garganta,
E, calmamente, o copo
de veneno
Aos lábios frios sem
tremer levanta.
Tonto, no escuro
pantanal terreno
Rolou. E, ao cabo de
torpeza tanta,
Nem assim, miserável
e pequeno,
Com tão grandes
remorsos se quebranta.
Fecha a vergonha as
lágrimas consigo...
E, o coração mordendo
impenitente,
E, o coração rasgando
castigado,
Aceita a enormidade
do castigo,
Com a mesma face com
que antigamente
Aceitava a delícia do
pecado.
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