Desde
que li o incrível romance policial “B”, sou fã do querido Ricardo Labuto
Gondim. E que alegria linda ler seu primeiro livro e descobrir que o autor é
ainda melhor do que eu pensava!
“Deus
no Labirinto” me pegou de surpresa. Superou totalmente minhas expectativas, que
já eram bem elevadas. Aqui descobri que Ricardo tem bem mais recursos do que eu
suspeitava. Nos contos bem variados que compõem o livro, ele consegue uma
proeza somente alcançada pelos melhores: ele seduz o leitor a acreditar e
confiar em seu mundo, no mundo imagético criado com palavras e sentimentos, que
no decorrer da leitura vai se tornando cada vez mais “real” para o leitor.
São
muitas as qualidades do escritor: uma prosa refinada e recheada de erudições, sem
ser pedante, que temperada com uma fina ironia torna o texto muito atraente. E
sobretudo uma diversidade temática e imaginativa verdadeiramente instigante:
Ricardo é imprevisível, no melhor sentido possível.
Gostei
especialmente da história que dá o título do livro, um corajoso e virtuoso
exercício que mistura autobiografia e ficção com enigmas teológicos, e também
de “Café Gangplanck”, tocante homenagem a Bukowski, e “Mandark, o Mágico”, que
antecipa os sedutores elementos do romance “B”, mas que também ousa avançar
além, muito além, audaciosamente tocando os limites que uma história de ficção
pode alcançar. Muitíssimos parabéns!
O
livro encerra com “dois ensaios ociosos” que mesclam de forma bem interessante
a teologia e a arte, sobretudo a música e o cinema. Esses textos me evocaram um
pouco os prefácios do Bernard Shaw, onde o autor expunha em forma de ensaio as
principais ideias que motivaram suas peças. Aqui a ligação não é tão evidente,
mas fica bem perceptível ao leitor atento a exposição dos temas que inquietam e
motivam o autor, muito presentes em suas ricas histórias.
Muito
bom ser contemporâneo e principalmente amigo de um escritor de tal envergadura!
Viva a Literatura Brasileira! Viva Ricardo Labuto Gondim!
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MANIFESTO – Mensageiros
do Vento
Um
experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é
apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre
as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da
consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse
livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice
Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são
grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma
caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da
caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por
uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do
Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
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