Há
alguns anos consegui uma meia dúzia de pockets do Joseph Wambaugh, que devorei
com grande deleite. Gostei tanto que, ao contrário de meu hábito arraigado, não
passei os livros adiante, mas guardei para ler de novo no futuro, com o
objetivo de me divertir e aprender. Isso porque na época eu havia acabado de
lançar o meu primeiro livro, “O Sincronicídio”, e acreditava que iria continuar
escrevendo histórias policiais para o resto da vida, o que acabou não
acontecendo.
De
todo modo, recentemente lembrei desses pockets, o que me fez querer matar as
saudades do Wambaugh. E o primeiro que peguei para reler foi “The Glitter Dome”
(creio que não foi lançado em português). Aliás, o mistério maior de todos é
Joseph Wambaugh não ser mais conhecido e admirado por aqui. Em termos de
literatura policial contemporânea, poucos autores me impactaram tanto.
Primeiro,
Wambaugh sabe muito bem do que está falando, tendo sido policial em Los Angeles
durante 14 anos. Segundo, sua prosa é extremamente vívida e envolvente, com
diálogos cortantes e uma narrativa ágil e muito bem estruturada. E por último,
mas não menos importante, Wambaugh é engraçadíssimo! Não me lembro de ter rido
tanto lendo um livro, muito menos um livro de assassinato!
Joseph
Wambaugh é um mestre do sarcasmo e da ironia. Ao ler esse livro pela segunda
vez, pude perceber como as cenas hilariantes que ele descreve são, na verdade,
retratos pungentes de sofrimento humano. Quanto mais miseráveis seus
personagens se sentem, mais achamos engraçado! Fiquei intrigado por esse curioso
efeito alcançado pelo autor, e creio que descobri a chave para elucidar o
mistério: é que Wambaugh é também um mestre do cinismo. Seus anos como
policial, ainda mais em uma cidade como Los Angeles, devem ter contribuído bastante
para fazê-lo cultivar esse olhar cínico, que ao ser posto a serviço da
literatura, acaba propiciando uma visão crítica e reflexiva que talvez um olhar
mais compassivo não fosse capaz de obter. Ridendo
castigat mores.
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O SINCRONICÍDIO –
Fabio Shiva
“E foi assim que descobri que a inocência é
como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá
um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a
cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia
reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do
Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia
de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos
centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense,
erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo.
Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo
(clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das
Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia
e descubra porque O Sincronicídio
não para de surpreender o leitor.
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1
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