Este
é um livro muito interessante, que se propõe a comparar os ensinamentos de
Eckhart Tolle (mentor do “Poder do Agora”) e a Yoga de Sri Aurobindo. O que
mais me chamou a atenção nesse empreendimento foi o dedicado e amoroso esforço
do autor, A. S. Dalal, que com humildade e sabedoria foi sistematicamente
pontuando semelhanças e divergências entre esses dois caminhos espirituais. Um
buscador sincero que, ao buscar respostas para si mesmo, teve o cuidado de
compartilhar o que descobriu com outros buscadores.
A
leitura desse livro foi uma revigorante oportunidade de repensar questões
fundamentais a partir de outros pontos de vista. Devido ao tratamento acadêmico
dado a essas reflexões, foi também um ótimo exercício mental, que me permitiu
acessar de uma forma mais racional conteúdos que geralmente só acesso a partir
da intuição.
Muitos
aprendizados tive com esse livro, sendo o principal deles uma incrível
descoberta, pela qual sou muito grato: os nossos desejos e pensamentos não
surgem dentro de nós, mas fora!!! Para alguém que não esteja familiarizado com
a prática da meditação e com a busca espiritual da Yoga, essa afirmação pode
parecer uma loucura total, mas para aqueles que trilham esse caminho, isso
representa no mínimo uma ideia que merece ser testada! Transcrevo abaixo as
citações de Sri Aurobindo que conduzem a essa preciosa revelação:
“Quando
uma pessoa vive na consciência verdadeira ela sente que os desejos estão no
exterior dela, entrando do lado de fora, da Prakriti inferior universal, para a
mente e as partes vitais. Na condição humana normal isso não é sentido; os
homens se tornam conscientes do desejo somente quando ele está lá, quando ele
entra e encontra uma residência temporária ou um refúgio e, consequentemente,
eles acham que o desejo lhes pertence e é uma parte deles. A primeira condição
para se livrar de um desejo é, portanto, tornar-se atento à consciência
verdadeira, pois, então, fica muito mais fácil rejeitá-lo do que quando se tem
que lutar com ele como se fosse uma parte constituinte de uma pessoa para ser
expelido do ser. É mais cômodo rejeitar um acréscimo do que extirpar o que é
percebido como uma parte de nossa substância.”
“O
erro começa ao pensarmos que nossos pensamentos nos pertencem e que somos nós
que os criamos e que se não criássemos pensamentos (ou seja, pensar) eles
ficariam reduzidos a zero. Uma pequena observação deveria evidenciar que você
não está fabricando seus próprios pensamentos, mas que preferivelmente os pensamentos
ocorrem em você. (...) A ideia de que você está modelando os pensamentos ou os
encaixando juntos é uma ilusão egoística. Eles estão fazendo isso por sua conta
própria, ou a Natureza está fazendo isso por eles, somente sob uma certa
compulsão; você tem de derrotá-la com frequência para forçá-la a fazer isso, e
esse processo nem sempre é bem-sucedido.”
“Eu
tenho uma grande dívida com [Yogi Vishnu Bhaskar] Lele por ele ter me mostrado
isso. ‘Sente-se em meditação’, ele disse, ‘mas não pense, olhe somente para sua
mente; você verá pensamentos entrando; antes que eles possam entrar, expulse-os
de sua mente até que ela seja capaz de manter um silêncio total’. Eu jamais
tinha ouvido antes falar sobre pensamentos chegando visivelmente na mente
oriundos do exterior, mas não pensei em questionar a verdade ou a possibilidade;
simplesmente sentei e fiz o que ele aconselhara. Em um momento minha mente
tornou-se silenciosa como um ar estagnado em um cume elevado de montanha e,
então, eu vi um pensamento, e a seguir outro, chegando de uma forma concreta
oriundos do exterior; eu os expeli antes que eles pudessem entrar e tomar posse
do cérebro, e em três dias estava livre.”
Gratidão
ao querido irmão Leonardo Rodrigues por ter me presenteado com essa linda joia!
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MANIFESTO –
Mensageiros do Vento
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
Um
experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é
apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre
as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da
consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse
livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice
Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são
grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma
caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da
caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por
uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do
Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
Gostei bastante!
ResponderExcluirSigam o meu novo blogue :- Imagens que dispensam palavras
( https://imagensquedispensampalavras.blogspot.com/ )
Coisas de uma Vida
Beijo. Bom Domingo
Gratidão, querida!
ExcluirVou seguir sim!
Olá Rudy, fiquei curiosa :)
ResponderExcluirentão os pensamentos são como as necessidades que se fabricam do exterior para provocar desejos de compra por exemplo !
Gratidão pelo comentário!
ExcluirEssa ideia é muito instigante! Um exercício que podemos fazer é tentar identificar quem é que está tendo nossos pensamentos... e entre um pensamento e outro, quem é o eu?
Gratidão!