Muito
antes de ler este livro, vi o filme inspirado nele, “O Homem do Ano” (https://youtu.be/1lVGv4y8-Gc),
com direção de José Henrique Fonseca e roteiro de ninguém menos que Rubem
Fonseca. Fiquei impactado pelo filme e com muita vontade de ler Patrícia Melo,
ocasião que finalmente surgiu com “Inferno”
(http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2014/01/inferno-patricia-melo.html),
que me deixou igualmente boquiaberto.
E
agora, graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), pude ler “O Matador”, uma história vertiginosa e
asfixiante, que é ainda mais assustadora por retratar a banalidade da violência
nos grandes centros urbanos brasileiros. É inegável o domínio narrativo da autora,
que conduz a trama em intenso e crescente suspense, capturando o leitor de
forma irresistível em uma teia de angustiosa catarse.
Terminei
a leitura com a triste percepção de que a justiça, ao menos no Brasil, nada
mais é que uma farsa montada para proteger os interesses e privilégios dos
poderosos. Por sincronicidade, li este livro em uma semana marcada por notícias
como a 29ª denúncia contra o ex-governador Sergio Cabral e pelo espetáculo da
prisão do ex-presidente Temer e de seus mafiosos escudeiros.
Talvez
por ser inveterado leitor de romances policiais, eu havia desenvolvido a crença
de que crimes não punidos pela justiça eram cometidos com grande perícia e
habilidade. “O Matador” e a realidade
brasileira demonstram minha grande ingenuidade. Os criminosos impunes na grande
maioria das vezes não são geniais, muito pelo contrário, geralmente cometem
seus crimes de forma desleixada, deixando muitos vestígios e evidências
condenatórias. Contudo contam com a cumplicidade do Sistema.
No
Brasil, quem sofre os rigores da Lei são os pobres. Criminoso rico só é preso
quando interessa politicamente a algum grupo de poderosos. Máiquel,
protagonista de “O Matador”, é
infelizmente mais atual e pertinente do que nunca.
\\\***///
Qual é o seu tipo de
monstro? Faça o teste e descubra!
“Em nossa cidade
habitam monstros, como em todas as outras.
A diferença é que
aqui ninguém finge que eles não existem.
Há pessoas
normais em nossa cidade também. É claro.
Ser normal é só a
maneira mais ordinária de ser monstruoso.”
Compre
agora “Favela Gótica”, segundo romance de Fabio Shiva:
Adorei a postagem. Parabéns!
ResponderExcluirA tela ilusória do meu jardim. [poetizando e encantando]
Beijo e um excelente fim de semana.
Visitem também o novo blogue https://imagensquedispensampalavras.blogspot.com/
Gratidão, querida!
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