Logo
quando tomei conhecimento dessa série “Mortal”, escrita por J. D. Robb
(pseudônimo de Nora Roberts, que por sua vez é pseudônimo de Eleanor Marie Robertson),
minha primeira reação foi de repulsa. Aquela lista enorme de títulos (parece
que já ultrapassam quarenta), todos com a mesma palavra “Mortal” (“Nudez Mortal”,
“Glória Mortal”, “Fama Mortal”, “Êxtase Mortal” etc.) me dava a impressão
justamente de algo produzido em série, em uma linha de montagem.
Contudo
recentemente esse exemplar de “Nudez Mortal” (que descobri agora ser o primeiro
da série) veio parar em minhas mãos, graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro
Adiante), no momento em que decidi ler alguns livros “Best-Seller”, como
estudo. Fiquei mais interessado nessa leitura em particular ao descobrir que a
série segue o gênero “romance policial futurístico”, o que despertou minha
curiosidade. E comecei a ler.
O
tal “romance policial futurístico” é exatamente isso: uma história policial
ambientada no futuro. Achei interessante o recurso de descrever as tecnologias
do futuro inseridas em um cotidiano onde as máquinas dão defeito ou
simplesmente não funcionam. Esse recurso ajudaria a dar mais realismo e
credibilidade à parte ficção científica, se não fosse utilizado com muita
frequência pela autora.
A
narrativa é bem leve, com predomínio de diálogos. A trama é extremamente clichê
(serial killer que mata prostitutas e deixa recadinhos para a polícia etc.),
adornada com os tais elementos futuristas (como por exemplo os crimes serem
cometidos por armas de fogo, que na época da narrativa seriam relíquias de
museu, pois teriam sido banidas há muitos anos). Intercalada com a trama de
mistério, um incipiente romance entre a protagonista Eve Dallas e o lindo e
charmoso milionário Roarke.
Isso
tudo eu meio que já estava esperando. O que me surpreendeu foi encontrar certas
passagens no livro como essas que destaco:
1)
Ao ser informada que a primeira vítima (uma prostituta) foi morta na cama, Eve
Dallas dispara:
“-
Parece poético, já que ficar na cama era a sua finalidade.” (pág. 12)
2)
Um homossexual é descrito de forma irônica e chamado de “espantalho
elaboradamente vestido”. (pág. 20)
3)
Eve pergunta a um suspeito/paquera se ele gosta de ópera, e o sujeito responde:
“-
Detesto. Dá para imaginar algo mais chato do que uma mulher gorda e peituda
berrando em alemão por metade da noite?” (pág. 40)
4)
Cena de sexo entre uma prostituta (a próxima vítima) e o assassino misterioso.
O homem agride a mulher, e ela tem esse pensamento:
“Não
lhe importava se ele a estava machucando ou não. Ela se vendera para ele.”
Vou
tentar dizer com cuidado o que essas passagens e o climão do livro como um todo
me sugeriram. Em minha opinião os livros de J. D. Robb são escritos visando um
público bastante específico, formado principalmente de mulheres (mas não excluindo
homens) com opiniões bastante conservadoras a respeito de moralidade e sexo, e
que se sentem intimidadas por obras de arte ou da chamada “alta cultura”. Ao
chegar a essa conclusão, fiquei curioso para ver como a questão racial seria
tratada. Mas não aparece nenhum personagem negro até a página 77 – que foi
quando eu decidi que a vida é muito curta para gastar em livros como esse.
Fiquei
com a impressão de que o olhar da autora, na contracapa do livro, é de profundo
desdém e escárnio por seu fiel público leitor.
\\\***///
O SINCRONICÍDIO –
Fabio Shiva
“E foi assim que descobri que a inocência é
como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá
um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a
cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia
reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do
Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia
de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos
centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense,
erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo.
Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo
(clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das
Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia
e descubra porque O Sincronicídio
não para de surpreender o leitor.
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1
Gostei muito da publicação :))
ResponderExcluirMulher; Nome forte, neste mundo tão ingrato
Feliz dia Internacional da Mulher
Beijos e bom fim de semana.
Valeu demais, Cidália!
ExcluirBeijos