“Frenesi”
(https://youtu.be/x_ihVr5l83Y) foi o
primeiro filme de Hitchcock que assisti, ainda bem guri. Lembro que aquela
explosiva mistura de sexo e assassinato causou um forte impacto em minha
mentalidade infantil. Foi o início de um fascínio que só foi crescendo à medida
que assisti vezes sem conta filmes como “Um Corpo Que Cai”, “O Homem Que Sabia
Demais”, “Intriga Internacional”, “Os Pássaros” e a obra-prima “Psicose”, que
sempre me provoca o estado sublime de enlevo que experimentamos diante de uma
grande obra de arte (mesmo tratando de temas tão tenebrosos!).
Penso
que muito da genialidade dos filmes de Hitchcock é simplesmente inacessível
para um público mais jovem, acostumado a efeitos especiais gerados por
computador. A sutil narrativa visual do tipo “uma câmera na mão e uma ideia na
cabeça”, na qual o velho Hitch exerceu sua maestria, carece de apelo para
olhares empanzinados pelo banquete pirotécnico dos grandes sucessos do momento.
Contudo, o legado do mestre permanece, e continua despertando terror e êxtase nos
corações daqueles dispostos a desvendar segredos.
A
grande motivação para a leitura do livro “Frenesi” (cujo título original é “Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester
Square”) é mesmo a comparação com o filme. Penso que o roteiro adaptado
beneficiou grandemente a história. O próprio autor, contudo, não gostou da
adaptação e chegou a reclamar em carta publicada no jornal The Times.
A
narrativa de Arthur La Bern foge ao padrão típico das histórias policiais e de
suspense, mas de um jeito ruim. A revelação da identidade do assassino ocorre,
no livro, do jeito mais tosco que já vi em um romance policial. Hitchcock
suplantou essa deficiência mostrando desde o início quem era o assassino, fortalecendo
o suspense onde o mistério era muito fraco. O final do livro também foi muito
melhorado pelo filme, em minha opinião, assim como várias outras cenas.
O
livro apresenta, contudo, uma cena de grande força emocional, que foi seguida
com muita fidelidade no filme: um estupro onde a vítima recita o Salmo 23,
enquanto seu algoz arfa e profere obscenas declarações de amor. Aposto que foi
essa única cena que capturou a imaginação de Hitchcock e o fez querer
transformar a história em um filme.
Qual é o seu tipo de
monstro? Faça o teste e descubra!
“Em nossa cidade
habitam monstros, como em todas as outras.
A diferença é que
aqui ninguém finge que eles não existem.
Há pessoas
normais em nossa cidade também. É claro.
Ser normal é só a
maneira mais ordinária de ser monstruoso.”
Compre
agora “Favela Gótica”, segundo romance de Fabio Shiva:
Amei a sua postagem!:)
ResponderExcluirGratidão por todos vós. 6 anos...
Beijos e uma excelente semana.
Gratidão, querida! Beijos!
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