sábado, 4 de maio de 2019

NOIR AMERICANO – Peter Haining (org.)



Originalmente intitulada Pulp Frictions, esta coletânea de contos policiais foi lançada em 1996, no embalo do impacto causado pelo filme Pulp Fiction de Quentin Tarantino (https://youtu.be/im-vRitDbTk).


Os contos foram selecionados por Peter Haining, que também escreveu uma breve apresentação sobre cada autor, além de um comentário sobre a história escolhida. Logo me dei conta de que eu estava curtindo mais ler essas resenhas do Haining que os próprios contos em si. É que meu interesse por histórias policiais é tanto que me considero algo como um pesquisador, e esses textos compõem um belo painel a respeito da literatura policial norte-americana clássica, que tem os seus maiores nomes incluídos na antologia: Dashiell Hammett (meu favorito), Raymond Chandler, Ross Macdonald, Cornell Woolrich e muitos outros. Além dos autores clássicos, que originalmente publicavam suas histórias em revistas que eram chamadas depreciativamente de Pulp (por serem impressas em papel barato, feito de polpa de celulose), o livro traz também autores mais recentes que também fizeram incursões no que poderia ser chamado de “Noir Americano”: James Ellroy, Ed McBain, Elmore Leonard e até Stephen King.

Um tema recorrente nos comentários de Haining é sobre como esse ou aquele autor conseguiu elevar as histórias policiais ao status de alta literatura. Eu pessoalmente acho que isso é verdade em ao menos um caso: O Falcão Maltês, de Dashiell Hammett. Na maioria dos outros casos, no entanto, acho que essa tese é defendida apenas por conta da inclusão de algumas espertas frases de efeito. Colecionei algumas delas nesse livro:

“Crianças pediam esmolas; meus pés ficaram doloridos de tanto chutá-las para longe.” – James Ellroy em “Canção Tórrida”

“Havia aquela luz da juventude em seus olhos que o medo ainda não apagara: uma luz que nenhum cirurgião consegue colocar nos olhos de uma alma ruim.” – Carroll John Daly em “O Feitiço do Egito”

“Remexemos as cinzas por alguns minutos – não que esperássemos encontrar alguma coisa, mas porque é da natureza do homem remexer em ruínas.” – Dashiell Hammett em “Incêndio Criminoso e Mais Alguma Coisa...”

“Ele sorriu como um defunto nas mãos de um papa-defunto hábil.” – Ross Macdonald em “A Andorinha Cantora”

O livro fecha com “O Relógio” de Quentin Tarantino, que eu achei meio armação, pois fiquei o livro todo curioso para ler um conto original de Tarantino, para por fim descobrir que se trata da transcrição de trecho do filme Pulp Fiction: a marcante narrativa do capitão Koons (brilhantemente representado por Christopher Walken). Acho que o livro não precisava dessa forçação de barra...



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O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva
 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.
 
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
 
eBook:

https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1

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