Originalmente
intitulada Pulp Frictions, esta
coletânea de contos policiais foi lançada em 1996, no embalo do impacto causado
pelo filme Pulp Fiction de Quentin
Tarantino (https://youtu.be/im-vRitDbTk).
Os
contos foram selecionados por Peter Haining, que também escreveu uma breve
apresentação sobre cada autor, além de um comentário sobre a história
escolhida. Logo me dei conta de que eu estava curtindo mais ler essas resenhas
do Haining que os próprios contos em si. É que meu interesse por histórias
policiais é tanto que me considero algo como um pesquisador, e esses textos
compõem um belo painel a respeito da literatura policial norte-americana
clássica, que tem os seus maiores nomes incluídos na antologia: Dashiell
Hammett (meu favorito), Raymond Chandler, Ross Macdonald, Cornell Woolrich e
muitos outros. Além dos autores clássicos, que originalmente publicavam suas
histórias em revistas que eram chamadas depreciativamente de Pulp (por serem impressas em papel
barato, feito de polpa de celulose), o livro traz também autores mais recentes
que também fizeram incursões no que poderia ser chamado de “Noir Americano”:
James Ellroy, Ed McBain, Elmore Leonard e até Stephen King.
Um
tema recorrente nos comentários de Haining é sobre como esse ou aquele autor
conseguiu elevar as histórias policiais ao status de alta literatura. Eu
pessoalmente acho que isso é verdade em ao menos um caso: O Falcão Maltês, de Dashiell Hammett. Na maioria dos outros casos,
no entanto, acho que essa tese é defendida apenas por conta da inclusão de algumas
espertas frases de efeito. Colecionei algumas delas nesse livro:
“Crianças
pediam esmolas; meus pés ficaram doloridos de tanto chutá-las para longe.” – James Ellroy
em “Canção Tórrida”
“Havia aquela
luz da juventude em seus olhos que o medo ainda não apagara: uma luz que nenhum
cirurgião consegue colocar nos olhos de uma alma ruim.” – Carroll John
Daly em “O Feitiço do Egito”
“Remexemos as
cinzas por alguns minutos – não que esperássemos encontrar alguma coisa, mas
porque é da natureza do homem remexer em ruínas.” – Dashiell Hammett
em “Incêndio Criminoso e Mais Alguma Coisa...”
“Ele sorriu
como um defunto nas mãos de um papa-defunto hábil.” – Ross Macdonald
em “A Andorinha Cantora”
O
livro fecha com “O Relógio” de Quentin Tarantino, que eu achei meio armação,
pois fiquei o livro todo curioso para ler um conto original de Tarantino, para
por fim descobrir que se trata da transcrição de trecho do filme Pulp Fiction: a marcante narrativa do
capitão Koons (brilhantemente representado por Christopher Walken). Acho que o
livro não precisava dessa forçação de barra...
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O SINCRONICÍDIO –
Fabio Shiva
“E foi assim que descobri que a inocência é
como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá
um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a
cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia
reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do
Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia
de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos
centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense,
erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo.
Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo
(clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das
Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia
e descubra porque O Sincronicídio
não para de surpreender o leitor.
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1
Interessante postagem:)!
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Isolo-me entre o jardim do meu silêncio.
Beijo e uma excelente semana!
Gratidão, querida!
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