Essa
foi no mínimo a terceira vez (possivelmente a quarta!) que li esse livro. E só
consegui descobrir o assassino na página 188 (de um total de 223). Como é que
Agatha consegue me enganar assim, rapaz???
Tive
alguns aprendizados preciosos nessa releitura. Quando avistei o livro no P.U.L.A.
(Passe Um Livro Adiante), peguei imediatamente. Mesmo lembrando que já havia
lido, não lembrava ao certo da história. Logo de cara, contudo, o livro traz a
citação de “Macbeth”, que é o mote da trama:
“Quem
jamais poderia imaginar que aquele velho guardasse tanto sangue dentro de si?”
Ao
ler essa frase, imediatamente lembrei de quase tudo, menos de um mero detalhe: a
solução do mistério! Comecei a leitura achando que a qualquer momento iria
lembrar de tudo e, então, abandonar o livro. Qual o quê! Fui mais uma vez
capturado pela magia de Agatha, e inclusive larguei todas as minhas outras
leituras paralelas para acabar logo de ler “O Natal de Poirot” pela terceira
(ou quarta) vez.
Por
que é tão fácil esquecer uma trama de Agatha Christie, se gosto tanto de ler os
livros dela? De modo geral minha memória é excelente para livros: às vezes
chego a lembrar a página de uma determinada citação! Nessa releitura tive a
oportunidade de encontrar mais uma pista para desvendar esse meu intrigante
paradoxo de fã.
É
que em “O Natal de Poirot” e muitos outros livros da Rainha, os personagens são
extremamente superficiais, rasos mesmo, e muitas vezes até incongruentes do
ponto de vista psicológico. Ao terminar essa releitura, tive a sensação de que
os personagens não passavam de figuras bidimensionais de cartolina... e é ótimo
que seja assim! Creio que essa superficialidade dos personagens é um dos
ingredientes do sucesso de Agatha, pois não nos desviamos do propósito
essencial de seus livros, que é o jogo do detetive.
Ao
pensar nessa descoberta, evoquei como comparação as histórias de P. D. James,
que assim como Agatha é também uma respeitável senhorinha inglesa que se dedicava
a escrever livros de assassinato e mistério. Contudo nos livros de P. D. James
os personagens são complexos e profundos, chegando ao ponto de termos a figura
de Adam Dalgliesh, um “policial poeta”. Os livros de James são incríveis, e
certamente mais “literários” que os de Agatha. Contudo, no quesito “whodunit”
(o jogo para descobrir quem matou) Agatha é (e, desconfio, sempre será)
insuperável!
\\\***///
A MARCA – Fabio Shiva
Um
intrigante conto de mistério e assassinato que tem como pano de fundo a saga
dos Anunnaki... “A MARCA” foi originalmente publicada em “REDRUM – Contos de
Crime e Morte” (Caligo Editora, 2014), sendo um dos sete contos selecionados
para a antologia. Em 2016 a história foi republicada no livro duplo de contos
“Labirinto Circular / Isso Tudo É Muito Raro”, de Fabio Shiva (Cogito Editora).
E agora está disponível aqui. Boa leitura!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5825862
mais um fantástico post!
ResponderExcluir-
Nostálgica Viagem...
Beijos, e um excelente dia!
Gratidão, querida!
ExcluirBeijos
Oii! :)
ResponderExcluirNão sei se posso dizer que adoro os livros da Agatha christie, depois de só ter conhecido dois livros dela. Mas é fácil se apegar a história e a escrita da autora. Ela tem talento para conquistar o leitor logo nas primeiras páginas. Espero ainda conhecer outros livros dela <3
Beijos
www.ventodoleste.com.br
Valeu pelo comentário, Michelly!
ExcluirRecomendo especialmente "O Caso dos Dez Negrinhos" (atualmente publicado como "E Não Sobrou Nenhum"), "O Assassinato de Roger Acroyd" e "Assassinato no Expresso Oriente"!