Uma
vez que os livros de Paulo Freire passaram a vender mais durante o governo
Bolsonaro (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/venda-de-livro-de-paulo-freire-aumenta-durante-governo-bolsonaro-23918581), resolvi aderir à moda
e ler essa que é uma de suas principais obras. Li com o objetivo de sanar uma
dúvida minha. Afinal, um pensador do quilate de Paulo Freire, que obteve tanto
reconhecimento na área da Educação (da qual nosso país é tão carente) a ponto
de ser estudado nas principais universidades do planeta, deveria ser um herói
nacional, reverenciado por todos os brasileiros e recebendo honrarias pelo
menos iguais às reservadas aos ídolos do futebol. Por que cargas d’água, então,
justamente os que mais gostam de dizer que são patriotas parecem ter verdadeiro
horror a Paulo Freire? O que há nas ideias do Professor que incomoda tanto
Bolsonaro e seus filhotes?
Não
precisei ler muitas páginas de “Pedagogia da Autonomia” para encontrar a
resposta. Imagine, por exemplo, um livro que fala dos benefícios da luz solar
para a saúde do corpo e da mente, sugerindo exercícios diários ao ar livre e enfatizando
como é sempre melhor examinar as coisas sob a luz direta do sol... Então imagine
como um livro desses seria recebido por uma comunidade de vampiros!
Nada
mais natural que Bolsonaro tenha medo de Paulo Freire como o Drácula foge da
cruz. Cada frase desse livro é um desmascaramento da feiura e injustificável
malvadez de todo autoritarismo. Com sua fala mansa e heroica, o professor Paulo
Freire denuncia implacavelmente a vilania e o cinismo que tantas vezes se
disfarçam como discursos em defesa da “moral e dos bons costumes”.
Desafio
qualquer um que considere Paulo Freire um “energúmeno” a refutar suas ideias,
não pela grosseira dos xingamentos ou pela violência de botas e cassetetes, mas
pela força lógica de argumentos contrários. Creio que ninguém ficaria mais
feliz com esse debate que o próprio Paulo Freire, esse grande brasileiro
defensor da democracia.
“Não se
pode falar em educação sem amor.” – Paulo Freire
\\\***///
Qual é o seu tipo de
monstro? Faça o teste e descubra!
“Em nossa cidade habitam monstros, como em todas
as outras.
A diferença é que aqui ninguém finge que eles não
existem.
Há pessoas normais em nossa cidade também. É
claro.
Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser
monstruoso.”
Compre agora “Favela
Gótica”, segundo romance de Fabio Shiva:
Gostei de ler! :)
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Cofre sem fragmento...
Beijo e uma boa noite!
Gratidão!
Excluirbjs