Este
livro é um luminoso testemunho do poder da Literatura. Segunda (ou terceira,
segundo a Wikipédia) obra de García Márquez, foi escrita em 1957, quando o
autor, aos 29 anos, trabalhava como jornalista em Paris. Gabo enfrentava nessa
época uma depressão causada pela nostalgia de sua Colômbia natal, agravada por
sérias dificuldades financeiras.
Não
é preciso saber desses detalhes biográficos do autor para considerar “Ninguém Escreve
ao Coronel” uma pequena e concisa joia da literatura mundial. Ter em mente o
contexto no qual a obra foi escrita, contudo, só faz aumentar nossa admiração
pelo grande talento de García Márquez e, sobretudo, pela capacidade que a
Literatura tem de ressignificar as dores da vida.
Pois
o Coronel da narrativa, assim como o seu criador, enfrenta sérias penúrias
financeiras e afetivas. Ele divide com a esposa asmática as angústias de um
futuro cada vez mais incerto e sombrio, à espera da pensão prometida pelo
governo há anos e que nunca chega. Na casa esvaziada dos bens, que foram
vendidos um a um, só lhes resta um último tesouro: o galo de rinha, herança do
filho morto por um soldado quando divulgava material subversivo.
Por
aí já se vê como Gabo transpôs para a fictícia Macondo suas dores muito reais. E
o mais belo é ver como ele trata essas dores, com ironia, graça e mesmo
ternura! Outro ponto que chama a atenção é justamente a ambientação em Macondo,
inclusive com referências a Aureliano Buendia e a episódios que farão parte do
colossal romance “Cem Anos de Solidão”, que só seria escrito dez anos depois de
“Ninguém Escreve ao Coronel”. Coisa de gênio!
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Qual é o seu tipo de
monstro? Faça o teste e descubra!
“Em nossa cidade habitam monstros, como em todas
as outras.
A diferença é que aqui ninguém finge que eles não
existem.
Há pessoas normais em nossa cidade também. É
claro.
Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser
monstruoso.”
Compre agora “Favela
Gótica”, segundo romance de Fabio Shiva:
Muito bom!
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Transparências ...
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Beijo e uma excelente noite!
Beijos, querida!
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