Vi há muitos anos o filme de 1982 (https://youtu.be/owdnnaNs2RI), dirigido por George A. Romero com roteiro de Stephen King. Tive impressões ambíguas do filme, que teria sido apagado da memória, não fosse pelo asco invencível provocado pela cena com milhares de baratas! Tempos depois, encontrei no livro de entrevistas “Dissecando Stephen King”, de Tim Underwood e Chuck Miller, uma descrição do próprio King sobre o making of desse filme, onde ele fala sobre a criação de baratas alimentadas com uma ração a base de bananas, e como elas começaram a se multiplicar de forma desenfreada, gerando inúmeros transtornos para a equipe. Esse relato conseguiu ser ainda mais escabroso que o filme em si, e fiquei um tempo sem poder ver banana, que eu pensava imediatamente em baratas!
E agora descobri no Skoob que há uma versão em quadrinhos do filme, com arte do talentosíssimo Berni Wrightson (desenhista que criou, junto com Len Wein, um de meus personagens favoritos, o Monstro do Pântano). Fiquei curioso e logo encontrei para ler online.
Minha impressão, ao ler esses quadrinhos, foi que o talento de Wrightson foi desperdiçado em histórias muito fracas. Tendo lido muitos livros de Stephen King e conhecendo a capacidade imaginativa do autor, só posso pensar que esse roteiro foi escrito durante o período sombrio entre 1978 e 1986, quando o autor (segundo seu próprio testemunho) estava mergulhado no alcoolismo e no consumo de cocaína (a data de lançamento do filme confere).
Contudo tive duas percepções com essa leitura, e o desejo de registrar essas percepções me motivou a escrever esta resenha. A primeira percepção foi o quanto foi mal aproveitada a referência ao clássico “Tales From The Crypt”, série publicada pela EC Comics durante a década de 1950. Sou fã desses quadrinhos de terror, e logo atinei com o que estava faltando em “Creepshow”. Nas “Histórias da Cripta” há sempre um mote, uma analogia, um tema que é explorado em suas funestas consequências. Lembro de uma das histórias, por exemplo, com um cara muito pernóstico que ama comer lagostas, que são cozidas vivas. E o fim desse cara é morrer preso nas ferragens de um carro em chamas, tal como as lagostas que ele tanto aprecia... Em “Creepshow” não há essa sequência de ideias, apenas cenas desconexas.
E daí veio a segunda percepção, pois apesar de ver tantas falhas na construção dessas tramas, senti um certo mal-estar após a leitura. Analisando esse sentimento, identifiquei a causa nas cenas brutas imaginadas por King, apesar (talvez por causa) da irracionalidade da trama. Mesmo em uma história mal contada, Stephen King consegue assustar!
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FAVELA
GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:
https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica
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esse período de pandemia, em meio a tantas incertezas, temos uma única
garantia: a de que nada será como antes. Estamos todos tendo a oportunidade
preciosa de participar ativamente na reconstrução de um mundo novo, mais
luminoso e solidário.
O
livro Favela Gótica fala justamente sobre “a monstruosidade essencial do
cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos
tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos
mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo
das Trevas para a Luz.
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tentativa de proporcionar entretenimento a todos durante a quarentena – o autor
e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o
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Book
trailer
Entrevista sobre o livro na
FM Cultura
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