domingo, 20 de fevereiro de 2022

A ROTA DE FUGA DA PRISÃO, O MAPA DO TESOURO, AS CHAVES DO PARAÍSO: IMAGINE TUDO ISSO EM UM LIVRO!

 


Comentário sobre “DEUS FALA COM ARJUNA: O BHAGAVAD GITA – Volume I” de Paramahansa Yogananda

 

Tudo a respeito desse livro é tão grandioso e sagrado, que tenho o receio de que qualquer palavra que eu possa dizer a respeito se torne fútil e indigna. Não me sinto capaz de fazer uma resenha de obra tão magnífica, por isso aqui me limitarei a contar a história de como cheguei a ter a grande ventura de lê-la.

Antes disso, quero dizer algumas palavras de apresentação para aqueles que ainda não conhecem o Bhagavad Gita. Frequentemente chamado de “Bíblia hindu”, Bhagavad Gita pode ser traduzido literalmente como a “Canção do Senhor” e traz, em 700 estrofes em sânscrito, um diálogo entre Bhagavan Krishna e seu discípulo, o grande arqueiro Arjuna. Nessa conversa, que é travada em um campo no meio de dois imensos exércitos que estão prestes a se confrontar na maior de todas as guerras, Krishna explica a Arjuna o sentido da vida e o segredo da suprema felicidade por meio da ação correta.


 

Por incrível que pareça, o Gita é apenas a parte principal de um livro muito maior, o Mahabharata, que é composto de mais de 15 mil páginas e 200 mil versos. Essa saga colossal, que contém a semente de todas as histórias que foram escritas depois, é bem resumida nesse simples ditado: “O que quer que essa vida seja, está no Mahabharata.” Para quem tiver interesse em conhecer um pouco mais dessa história, recomendo especialmente a versão ocidental dirigida por Peter Brook (https://youtu.be/yhqkRGISQr8) e uma antiga versão seriada do indiano B. R. Chopra (https://youtu.be/HnXkv_ozPQw).


Já perdi a conta do número de vezes que assisti essas e outras versões e das diferentes traduções do Baghavad Gita que já li. Cheguei ao ponto de estudar sânscrito de forma autodidata, apenas para me sentir mais próximo da sabedoria imortal do Gita. Pretendo continuar lendo o Gita incessantemente até o fim de meus dias, e rogo para que possa ler esse texto sagrado em minhas futuras encarnações.

Pois bem. Por volta de 2016 tomei conhecimento de que meu guru, Paramahansa Yogananda, dedicou seus últimos anos na terra redigindo seu legado final para a humanidade na forma de duas obras magistrais: sua interpretação dos evangelhos de Jesus Cristo à luz da yoga (“A Segunda Vinda de Cristo -  a ressurreição do Cristo interior”) e seus comentários ao Bhagavad Gita (“Deus Fala com Arjuna”). Transcrevo a seguir essa expressiva passagem do prefácio escrito por Sri Daya Mata sobre o período em que esses livros foram escritos:

Paramahansaji começou a ficar mais e mais em reclusão em um pequeno ashram no Deserto Mojave, devotando o máximo possível do tempo que lhe restava a finalizar seus escritos. Aqueles períodos de concentração na mensagem literária que ele desejava deixar para o mundo foram uma época privilegiada para aqueles de nós que podiam estar em sua presença. Ele estava completamente absorvido, completamente uno com as verdades que percebia dentro de si e expressava exteriormente. “Ele veio para o pátio por alguns poucos minutos”, rememorou um dos monges que estava trabalhando nas cercanias do retiro de Paramahansaji. “Seu olhar era incalculavelmente remoto, e ele disse para mim: ‘Os três mundos estão flutuando dentro de mim como se fossem bolhas’. O puro poder que emanava dele na verdade me empurrou vários passos para trás.” Outro monge, depois de entrar na sala onde Guruji estava trabalhando, disse: “A vibração naquela sala era inacreditável; era como caminhar até Deus.”


Após o mahasamadhi de Yogananda, em 1952, seguiu-se um extenso trabalho editorial que durou décadas. “God Talks With Arjuna” só foi publicado em sua versão original em inglês em 1995. Em 2016, quando tomei conhecimento da existência desse livro, não havia perspectivas de publicação de uma versão em português. Ler esse livro tornou-se uma das principais metas de minha vida. Mas a tarefa não parecia fácil: a edição importada, em dois grossos volumes luxuosamente encadernados, estava acima de minhas posses na época. Então, ao conversar sobre esse livro com a querida amiga Lydia, que também é discípula de Yogananda, ela me contou que havia comprado os dois livros importados, mas estava com dificuldades para acessar a intrincada filosofia do Gita, tendo que vencer a barreira do idioma, ainda por cima. E foi assim que ela me fez essa incrível proposta: “eu deixo os livros com você, e você vai traduzindo para mim, que tal?”

Que tal? No dia em que peguei os dois volumes de “God Talks With Arjuna” nas mãos de Lydia, senti uma das maiores felicidades de minha vida. Nesse momento, tive a certeza intuitiva de que Deus realiza todos os desejos puros do coração. E, para que não restassem dúvidas a respeito da dádiva celestial que eu estava recebendo, dali a dois meses recebi um inusitado presente da querida amiga indiana Janvi Patel, que é também discípula de Yogananda: a versão indiana de “God Talks With Arjuna”, que é também em inglês, mas traz os versos originais do Gita em sânscrito. Eu, que desejava ardentemente ler esse livro, mas não acreditava ter condições de adquiri-lo, no espaço de poucos meses me vi na posse de duas edições diferentes, uma dos Estados Unidos e outra da Índia! Só posso repetir uma frase que minha mãe diz sempre: “Deus é escandaloso!”


Antes de começar minha tradução informal, pedi a autorização dos monges da Self-Realization Fellowship, instituição internacional fundada por Paramahansa Yogananda à qual sou filiado, na condição de estudante. Autorização concedida, iniciei a tarefa. Planejava traduzir uma página por dia, o que demandaria pouco menos de dois anos. Contudo em várias ocasiões tive que interromper a tradução por vários dias, o que fez com que o tempo estimado mais que dobrasse: levei cinco anos quase exatos traduzindo o primeiro volume.

Por volta de 2020, finalmente foi publicada a versão em português de “Deus Fala com Arjuna” (https://www.omnisciencia.com.br/kit-deus-fala-com-arjuna-o-bhagavad-gita-vol-1-e-2). Após uma breve indecisão sobre se deveria ou não continuar com minha tradução, logo percebi que essa própria tarefa de traduzir era uma dádiva dentro da dádiva. Por estar traduzindo, mergulhei de forma muito mais intensa nos ensinamentos do livro do que se estivesse apenas lendo. Mal posso esperar para iniciar a tradução do volume 2.

Jai Guru!




\\\***///

 


MANIFESTO – Mensageiros do Vento

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

 

Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

 

 


 

3 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...