Reprodução
do texto “Dois sonhos esquisitos”, de Fabio Shiva, presente no livro “NÃO
SEREMOS OS MESMOS JAMAIS” (vários autores – organização de Bia Machado)
https://www.amazon.com.br/N%C3%A3o-seremos-os-mesmos-jamais-ebook/dp/B09L4H5TJ7
Dois sonhos esquisitos
Fabio
Shiva
Você
já teve um sonho em formato de história em quadrinhos? Desde que começou a
pandemia do novo coronavírus tenho tido alguns assim, com imagens estáticas
desenhadas, em preto e branco ou a cores, que meu olhar vai acompanhando à
medida que o sonho se desenrola.
Um
desses sonhos começa com uma nave espacial descendo em uma praça. Sai um ET da
nave e grita para o povo que já se aglomera ao redor:
–
Ó humanidade! Eis que trago a cura para a Covid-19!
Alguns
indagam:
–
É a vacina?
Enquanto
outros gritam:
–
É a cloroquina!
E
outros ainda insistem:
–
E a ivermectina?
–
Nada disso – rebate o alienígena. – A cura se chama CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA!
Ato
contínuo, a multidão começa a se dispersar, deixando o alien sozinho na praça,
com cara de quem não está entendendo nada. Ao que parece, ninguém está muito
interessado em consciência planetária...
Fiquei
intrigado com esse sonho, que me fez refletir bastante. Uma das principais
raízes simbólicas que detectei foi a leitura de uma entrevista concedida pelo
físico e ambientalista Fritjof Capra, autor de obras que me marcaram muito,
como “O Tao da Física” e “O Ponto de Mutação”. Nessa entrevista, Capra faz uma
declaração bombástica: a pandemia é a resposta biológica do planeta Terra à
devastação ambiental que vem sendo perpetrada pela humanidade. E ele vai ainda
mais longe, ao afirmar não só que a pandemia surgiu do desequilíbrio ecológico
provocado por uma economia predatória, mas que as consequências dramáticas que
enfrentamos hoje foram agravadas diretamente por conta das desigualdades
sociais e até da cultura de ódio que parece permear toda a nossa civilização
humana.
Para
alguns, essas afirmações podem parecer tão chocantes e incômodas que a primeira
tentação deve ser descartá-las sumariamente, como um amontoado de bobagens supersticiosas,
sem o menor fundamento científico. Se for esse o seu caso, peço que exercite a
tolerância com essas ideias aparentemente tão estranhas, dedicando um pouco de
seu tempo e de sua energia mental para avaliar se de fato elas são
despropositadas ou não.
A
chave para compreender essas afirmações de Fritjof Capra está no pensamento
sistêmico, uma abordagem teórica que surge no século XX como uma alternativa
aos velhos modelos mecanicistas herdados do século XVII. Um simples exemplo
pode nos ajudar a compreender melhor qual é a proposta essencial do pensamento
sistêmico. Creio que o próprio Capra apresenta esse exemplo em seu livro “O Tao
da Física”.
Imagine
que você é um cientista que tem como objeto de estudo um determinado conjunto
de árvores que compõem uma floresta. Seguindo o modelo científico tradicional,
que é o reducionista-mecanicista, o universo é concebido como um grande
mecanismo e para compreendê-lo é preciso decompô-lo em suas menores
engrenagens. De acordo com esse modelo, portanto, para estudar a floresta você
precisa dividi-la em suas árvores componentes e, mais ainda, analisar as partes
componentes de cada árvore, até os mínimos detalhes. Para entender a floresta,
em resumo, você precisa primeiro saber tudo sobre a folha.
Já
o pensamento sistêmico segue um direcionamento praticamente oposto: para
conhecer a folha, você precisa primeiro entender o que é uma floresta e
enxergar a floresta como um todo. O universo é visto como algo mais próximo de
um ser vivo que de uma máquina, com suas partes componentes em permanente
interconexão.
Mas
e qual é a vantagem, afinal, dessa nova abordagem do pensamento sistêmico? A
resposta a essa pergunta é mais simples do que parece à primeira vista. É
verdade que a abordagem mecanicista foi válida durante algum tempo,
possibilitando um avanço tecnológico nunca antes visto em nossa era. Na verdade
a proposta não é rejeitar esse modelo, mas ir além dele. A visão mecanicista do
mundo, que há 300 anos tem sido dominante, não tem mais como dar conta sozinha
do mundo em que vivemos hoje.
Pois na mesma proporção em que experimentamos um intenso progresso científico, aumentaram também as complexidades e contradições da sociedade humana. Justamente devido à falta dessa visão sistêmica, o crescimento econômico a qualquer custo e o avanço científico isento de considerações de ordem ética acabaram gerando, hoje, mais problemas que soluções. Basta lembrar que antes da pandemia estávamos às voltas com pelo menos uma meia dúzia de apocalipses em perspectiva, sendo todos eles gerados pelo descontrole da sociedade de consumo na depredação dos recursos naturais: aquecimento global, extinção das abelhas, esgotamento da água potável, superpopulação, buraco na camada de ozônio e colapso econômico mundial, e essas são apenas seis dentre as possibilidades de fim do mundo que saíram abruptamente de cena quando a Covid-19 entrou no palco.
Todas
essas considerações, infelizmente, são vastas demais para serem apreendidas
pela mente humana em alguns poucos instantes. É muito difícil imaginar o
tamanho da bomba que teremos nas mãos em um futuro não tão distante devido
apenas ao aquecimento global, só para citar um dos fatores mencionados acima.
Por isso vamos recorrer mais uma vez a alguns exemplos de ordem prática,
tirados da vida cotidiana.
Uma
amiga minha, que é dançarina, me contou que há alguns anos, devido a uma lesão
na região lombar, ela foi proibida pelo médico de usar saltos altos e, de modo
geral, foi recomendada a evitar forçar as panturrilhas, pois isso pouparia a
área afetada. Mais recentemente, contudo, ela teve uma nova lesão, dessa vez no
joelho, e foi encaminhada para a fisioterapia. Enfrentando o stress de ter que
ir a uma clínica hospitalar duas vezes por semana em plena pandemia, essa amiga
decidiu iniciar o tratamento, pois desejava curar o quanto antes o joelho
lesionado. Qual não foi a sua surpresa, no entanto, ao descobrir que a sessão
de fisioterapia consistia quase que exclusivamente em subir e descer degraus,
um exercício que exigia muito de suas panturrilhas e, consequentemente, forçava
a sua já fragilizada região lombar. Ao final da primeira sessão, ela mal
conseguia andar de tantas dores lombares. Antes de começar a sessão seguinte,
ela expôs todo o problema para o fisioterapeuta, e recebeu uma surpreendente
resposta:
–
Sinto muito, mas só posso cuidar do problema de seu joelho. Para resolver o
problema da lombar, a senhora vai ter que consultar outro médico...
Esse
episódio, que de tão absurdo até evoca alguma cena de Kafka, me fez lembrar
também de uma conhecida piada popular. O sujeito acorda com uma dor terrível no
testículo esquerdo. Liga para o seu plano de saúde e marca uma consulta com um
especialista. Contudo ao chegar no endereço, devido às fortes dores que está
sentindo, ele acaba se atrapalhando e entra por engano em um consultório de
advocacia. Ao vê-lo entrando em seu escritório, o advogado indaga:
–
Pois não, em que posso ajudá-lo?
Ao
que o homem responde:
–
Doutor, estou sentindo uma dor intensa no ovo esquerdo...
O
advogado retruca, indignado:
–
Meu senhor, saiba que eu sou um especialista em Direito!
O
homem coça a cabeça, sem deixar por menos:
–
Vá ser especializado assim lá na...!!!
Tanto
o episódio verídico acontecido com minha amiga quanto a anedota retratam um
problema típico de nossos tempos, que aparece de forma mais sensível justamente
na área da medicina, pois quase todo mundo, vez ou outra precisa consultar um
médico. E quase todo mundo já se deparou, ou ao menos conhece alguém que tenha
se deparado, com a seguinte contradição: se vai tomar um remédio para a cabeça,
tem o efeito colateral de afetar o estômago. Daí precisa de um remédio para o
estômago, que acaba alterando a pressão sanguínea. Infelizmente, o remédio para
regular a pressão provoca uma crise nos rins, que também precisa ser medicada.
A essa altura, a pessoa já está gastando tanto dinheiro com medicamentos que
acaba entrando em depressão, o que demanda que tome mais um remédio para a
cabeça...
Dito
dessa forma, a situação até pode parecer engraçada, quando na verdade é
trágica. Outra amiga minha, que prestava serviços como diarista, sofria de um
problema crônico no coração, mas desencarnou em consequência de um colapso
renal, provocado pelo excesso de remédios para o coração. Nada diferente da
situação das pessoas que, iludidas por campanhas de desinformação, se
automedicaram com Ivermectina ou Hidroxicloroquina acreditando que estariam se
protegendo da Covid-19, mas só conseguiram provocar sérios danos ao fígado e a
outros órgãos.
Todos
esses exemplos nos mostram algumas das tristes consequências da visão
mecanicista em apenas uma das áreas do conhecimento humano, que é a medicina.
Ao insistir em enxergar o ser humano como uma espécie de máquina, que para ser
consertada quando quebra basta regular ou substituir a peça que está dando
defeito, a medicina tradicional é responsável pela criação de uma humanidade
enfermiça, que se mantém funcionando minimamente à custa de caixas e mais
caixas de remédios industrializados. Basta contar a quantidade de farmácias que
temos no Brasil, em qualquer rua principal de qualquer bairro de qualquer
cidade brasileira, para constatar que algo vai escandalosamente mal em nossa
sociedade.
Outro
fator decorrente do reducionismo mecanicista e que impacta diretamente na (má)
saúde das pessoas pode ser resumido no célebre axioma: “as pessoas que cuidam
de nossa saúde não se preocupam com nossa alimentação, e as pessoas que cuidam
de nossa alimentação não se preocupam com nossa saúde”. Uma abordagem sistêmica
evidenciaria, como as abominações que são, práticas que consideramos
absolutamente normais, tais como viciar nossas crianças em açúcar refinado
desde a mais tenra idade e entupi-las de refrigerantes e processados repletos
de substâncias químicas tóxicas, que apenas a nossa cegueira moral permite
chamar de alimentos (quando na melhor das hipóteses poderiam ser chamados de
“produtos comestíveis”).
É
claro que a culpa por esse estado de coisas não está apenas na orientação
reducionista-mecanicista dos médicos e nutricionistas tradicionais. Não podemos
esquecer a indústria farmacêutica, uma das mais poderosas do mundo, cujo
propósito de existência não é curar a doença de ninguém, mas única e
simplesmente gerar lucro para seus acionistas. Dentro dessa cruel e inflexível
lógica do lucro, se determinado medicamento gera efeitos colaterais que farão a
pessoa precisar de outros remédios, tanto melhor para a indústria.
Aliás,
o fato de sermos uma sociedade que idolatra o lucro acima de tudo está por trás
de praticamente todos os males de nossos tempos. Dedique algum tempo para
refletir sobre esse ponto, através de um pequeno exercício que, apesar de muito
simples, pode se tornar bastante assustador: observe cada produto ou serviço
que utiliza em seu dia a dia, tentando enxergá-lo não como algo que foi criado
para atender o fim ao qual se destina, mas que existe principalmente para dar
lucro a alguém. E então se faça a seguinte pergunta: o que seria diferente
nesse produto ou serviço, caso tivesse sido criado com o objetivo de realmente
atender ao fim ao qual se destina, e não o de gerar o maior lucro possível?
Essas
considerações pontuais e quase aleatórias que fiz até aqui representam apenas
uma ínfima amostra do quanto hoje enfrentamos uma multiplicidade de terríveis
problemas que parecem não ter solução, mas apenas porque estamos olhando para
esses problemas por uma ótica distorcida e ineficiente, que é a ótica
reducionista-mecanicista. Ao considerar esses mesmos problemas pela abordagem
sistêmica, podemos começar a entender as suas causas mais profundas e,
finalmente, tomar atitudes efetivas para gerar soluções.
E
assim, depois de tantas piruetas do pensamento, voltamos à nossa questão
inicial, que é utilizar o pensamento sistêmico para lidar com a crise do novo
coronavírus. Já notou como desde o início da pandemia surgem pessoas propondo
explicações simplistas, que sempre focam como ponto principal do problema
“colocar a culpa em alguém”? Como o vírus se manifestou pela primeira vez em
Wuhan, a maioria dessas pessoas se contenta em culpar a China e os chineses
(ignorando, deliberadamente ou não, os relatos sobre o vírus da Covid-19 ter
sido encontrado em amostras de 2019, antes do início da pandemia, na rede de
esgoto de vários países, inclusive o Brasil). Outras pessoas, mais
imaginativas, concebem uma teia de conspirações de origem desconhecida, que
estaria manipulando a pandemia de forma a obrigar as pessoas a ficarem em casa,
ou a reduzir a população, ou a acabar com a economia, ou até mesmo a implantar
chips de controle mental (nessas horas quase sinto dó de ser um escritor de
ficção, tendo como desafio bolar histórias ainda mais criativas que essas).
Todas
essas “explicações” para a pandemia têm em comum o fato de serem norteadas pela
visão mecanicista do mundo: se temos um problema, alguma parte do mecanismo é a
culpada por esse problema... Contudo basta analisar rapidamente essas
abordagens do problema para perceber que são úteis apenas para gerar medo e
ódio nas pessoas, mas que na verdade não ajudam em nada a encontrar soluções. E
é exatamente por esse motivo que essas “explicações” são tão atraentes e
encontram tantos adeptos: se a culpa é do outro e não existe solução, não há
nada que eu possa ou deva fazer para resolver o problema, certo? Posso
continuar tranquilamente em minha zona de conforto...
Totalmente
diferente é a abordagem sistêmica. Se tudo está conectado com tudo, todo
problema passa por mim, assim como toda solução. O pensamento sistêmico não me
permite jogar a culpa nos ombros de ninguém, mas me possibilita perceber as
minhas responsabilidades individuais diante dos dilemas coletivos.
O
que leva ao segundo sonho esquisito sobre o qual eu gostaria de falar aqui.
Esse veio na forma de uma proclamação proferida por uma espécie de arauto real,
com as palavras aparecendo em um pergaminho à medida em que ele ia lendo:
“PARA
QUE A CIÊNCIA POSSA DE FATO NORTEAR A SOCIEDADE, É PRECISO QUE OS CIENTISTAS SE
DESAPEGUEM DOS DOGMAS MATERIALISTAS E, PRINCIPALMENTE, DOS INTERESSES ESCUSOS
QUE MOVEM A PESQUISA CIENTÍFICA.”
Acordei
na madrugada do dia 21/01/21 com essas palavras reverberando na cabeça.
Refletindo sobre elas, me dei conta da aberração que é vivermos em um mundo que
separa ciência e religião em compartimentos completamente estanques. E o mais
estranho é considerarmos essa divisão natural e até desejável, quando ela é
apenas um momento histórico na jornada das eras.
Tanto
a ciência quanto a religião deveriam ter por objetivo a busca pela Verdade ou,
se você preferir, a busca pela Sabedoria. Contudo, graças justamente ao
paradigma mecanicista do século XVII, a ciência deu uma espécie de “golpe de
estado”, proclamando que a busca pela Verdade é uma prioridade exclusivamente
sua. Desde então, sobrou para a religião o papel de ser algo como uma
agremiação de dogmas, com as pessoas optando por essa ou por aquela religião de
acordo com a sua preferência por determinado pacote de rituais e superstições.
Note
que nessa cisão entre religião e ciência as duas saem perdendo. A religião, por
um lado, desiste de buscar a Sabedoria e passa a fomentar apenas versões
mesquinhas do universo e picuinhas com outras religiões. E a ciência, por outro
lado, torna-se tragicamente cega para sua própria tendência ao dogmatismo. Só
para dar um exemplo básico: afirmar que Deus não existe é tão dogmático quanto
afirmar que Deus existe. Contudo muitos cientistas hoje, ainda atrelados à
visão mecanicista, insistem em partir do pressuposto de que Deus não existe. E
assim constroem uma ciência que toma como pilar a ideia de que a vida carece de
qualquer sentido ou propósito espiritual, desvinculando o progresso científico
de qualquer conexão com a espiritualidade. E é assim que temos uma ciência que
não está voltada para a erradicação da fome e da miséria, como seria lógico
imaginar, mas para o lucro (sempre o lucro) de algumas poderosas corporações,
ao custo da devastação dos recursos naturais e da ameaça à nossa própria
sobrevivência no planeta.
Diante
disso, espero que já não pareça tão absurda a declaração de que a pandemia é a
resposta biológica de Gaia aos desmandos dos homens mortais...
Quanto
ao futuro, não me parece exagero dizer que estamos diante de graves perigos,
que podem ou não nos conduzir a luminosas oportunidades. Penso que as
principais dessas oportunidades passam pela adoção do pensamento sistêmico como
novo padrão de abordagem da realidade.
Já
virou um lugar comum dizer que a pandemia nos ensinou como tudo está conectado.
Em 2021, mais do que nunca, essa percepção deve se converter em atitudes
práticas. No momento em que escrevo esse texto, apenas quatro países detêm 75%
das vacinas disponíveis. Contudo, a médio e longo prazo, não vai adiantar nada
vacinar os Estados Unidos de cabo a rabo e deixar os brasileiros e os africanos
sem se vacinar. Novas cepas do vírus já estão surgindo, comprometendo a
eficácia de uma vacinação parcial apenas para alguns privilegiados.
Ou
a salvação vem para todos, ou ninguém será salvo. Assim seja.
Confira o livro “Não seremos os mesmos jamais” na Amazon:
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica),
“Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3)
e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/).
Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
Facebook: https://www.facebook.com/sincronicidio
Instagram: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/
Muito bom. fortalecedor, reflexivo e cativante em relação a uma nova visão de mundo. parabéns ao meu estimado amigo.
ResponderExcluirGratidão por sua Luz somando!
ExcluirUma publicação bem interessante!!
ResponderExcluir*
A inocência, em voz sentida
Beijos. Boa tarde!
Valeu demais, querida!
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