quinta-feira, 12 de maio de 2022

OBRA MEDIÚNICA INSPIRADA POR PAI TOMÉ, UM SWAMI NA UMBANDA

 


Resenha do livro “ESTRELA GUIA” de Norberto Peixoto

 

A Umbanda é uma das religiões mais recentemente surgidas no mundo. Além disso, é uma religião genuinamente brasileira. Esses dois atributos, combinados, fazem da Umbanda um saber em construção, um saber mestiço que, com a verdadeira grandeza da humildade, não hesita em evoluir e absorver o que vai encontrando de bom pelo caminho.

Foi para mim uma verdadeira dádiva a leitura de “Estrela Guia”, livro ditado pelo espírito de Pai Tomé, um “swami na Umbanda”, ao médium Norberto Peixoto. A começar pela própria proposta da leitura em si, que faz parte da jornada de compartilhamento espiritual a que nos propomos, eu e minha esposa Fabíola. Ela é umbandista de vocação e alma. Eu sou discípulo de Yogananda e considero a Literatura a minha religião. Como parte de nossa meditação diária, eu e minha esposa lemos um para o outro algum livro que consideramos espiritualmente precioso. Já faz um bom tempo que venho lendo para ela as estrofes do Bhagavad Gita, com a abençoada tradução de meu guru Paramahansaji. E ela terminou de ler recentemente para mim esse lindo livro, “Estrela Guia”.

Não é leviana e nem impensada essa definição do guia Pai Tomé como um “swami na Umbanda”. Com que alegria e surpresa fui acompanhando trechos discorrendo com muita propriedade sobre termos em sânscrito como “buddhi”, “atma” e até mesmo sobre os “gunas”. Esses são temas muito caros aos que se dedicam ao estudo da Filosofia Sankhya, que é exposta de forma sublime justamente no Bhagavad Gita. Imaginem, portanto, que doce encantamento senti ao ver tais assuntos serem abordados com pertinência e seriedade em uma obra umbandista mediúnica! Não pela primeira vez, e certamente não pela última, as leituras que eu e Fabíola fazíamos complementavam-se mutuamente.

Esse é o maravilhoso caminho da espiritualidade, que transcende os estreitos dogmas e sectarismos limitantes dos que insistem no erro de se apegar a uma organização religiosa (qualquer que seja) como a única certa e verdadeira. Uma vez que se percebe isso, não há como deixar de ver: Deus é grande demais para caber em uma única religião. Cada religião deveria expressar conscientemente uma forma diferenciada de acessar e reverenciar o Sagrado Um, partindo do princípio de que todas são igualmente válidas, desde que inspiradas pelo fundamento essencial do Amor. Assim como os diferentes idiomas humanos expressam formas distintas (e complementares) de enxergar e conceber o mundo, da mesma forma as diversas religiões são caminhos diferentes que deveriam conduzir ao mesmo destino.

E é nesse processo de Transição Planetária, processo de mudança de paradigmas que envolve, dentre outras coisas, a progressiva substituição das religiões separadas por um conceito mais abrangente de espiritualidade, que a Umbanda vem desempenhando importante papel, justamente por sua mocidade e brasilidade. Por ser tão nova, ainda está se estruturando formalmente como um conjunto definido de saberes. Por ser tão brasileira, traz em sua matriz a vocação da mistura e da assimilação de elementos diversos. E essas duas características acabam possibilitando lindas inovações como as desse livro “Estrela Guia”.

Que assim seja!


   

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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