terça-feira, 26 de dezembro de 2023

DAS QUATRO HISTÓRIAS DESSE LIVRO, TRÊS VIRARAM FILMES MELHORES

 


Resenha do livro “AS QUATRO ESTAÇÕES”, de Stephen King

Durante muitos anos imaginei que “As Quatro Estações” fosse o melhor livro dentre os tantos já escritos por Stephen King. Isso porque quando eu tinha de 14 para 15 anos (e considerava King o melhor escritor de todos os tempos), ganhei de Natal ¼ desse livro (a editora publicou picotado, para poder vender mais): “Outono da Inocência – O Corpo”. Comecei a ler no mesmo dia e terminei dois dias depois. Gostei muito, e achei a escrita mais “madura” (as aspas são por conta de minha própria “maturidade” na época) que a dos outros livros de Stephen King que eu já havia lido.


 

Pois bem. Logo em seguida tive a oportunidade de assistir ao filme baseado nessa história: “Conta Comigo” (https://youtu.be/-0jDyn5thTY?si=YL18V43uVaZGFGin), que achei pelo menos tão bom quanto o livro, se não melhor. E tempos depois vi pela primeira vez “Um Sonho de Liberdade” (https://youtu.be/Y22NgkErOAk?si=ow2qxg83NyRdtHLf), inspirado em outra das histórias de “Quatro Estações”: “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”. Esse acabou se tornando um de meus filmes favoritos, que já revi incontáveis vezes. Por esse motivo, passei a achar incontestável que “Quatro Estações” fosse mesmo o melhor livro de Stephen King.


 

E agora finalmente tive a oportunidade de ler a história que inspirou esse filme sensacional. E imaginem a minha surpresa ao constatar que os elementos da trama que mais provocaram a minha admiração simplesmente não existiam no texto original! Foram todos acrescentados na adaptação feita por Frank Darabont, que não só foi o roteirista como também o diretor de “Um Sonho de Liberdade”. Prefiro não comentar que elementos foram esses para não cometer spoiler, mas se você viu o filme, basta lembrar das três ou quatro cenas mais emocionantes do filme, e você saberá quais são as cenas que NÃO existem no livro.


 

A segunda história de “Quatro Estações” é “Aluno Inteligente”. Assim que comecei a ler tive outra surpresa, pois esse texto também foi transformado em filme: “O Aprendiz” (https://youtu.be/GtUpLTPLnJc?si=LA2OGZY36MbFutfn), que assisti há alguns anos. Aqui ficou ainda mais marcante a diferença entre o livro e o filme: o texto original traz um desdobramento que, em minha opinião, estragou a história. Novamente, não posso entrar em detalhes para evitar spoilers. Mas posso resumir meu descontentamento dizendo que o tema central da história é o nazismo. No filme, temos algumas alegorias sobre a sedução do Mal, que potencialmente existe no coração de todos os seres humanos. No livro, esse Mal é restrito ao âmbito dos monstros. Aqui, portanto, não se trata nem de considerar o filme melhor que o livro. O filme é bom, enquanto o livro é ruim (em minha opinião, não custa repetir!).

A terceira história do livro é a já mencionada “O Corpo”. Talvez porque eu já estava meio chateado, não curti tanto reler essa história, cujo ponto forte não é a trama em si, mas a evocação de um certo “clima” de juventude e amizade. É possivelmente o melhor texto do livro.

E então cheguei na quarta e última história, a primeira sobre a qual eu não sabia absolutamente nada: “O Método Respiratório”. E de cara já surge a curiosidade: por que será que essa é a única história do livro que não virou filme? Ao ler o texto, a resposta tornou-se óbvia. “O Método Respiratório” certamente é a história mais fraca do livro, mas creio que não foi adaptada para o cinema por outro motivo: trata-se de uma daquelas histórias de Stephen King mais puxadas para o grotesco, que de alguma forma ele consegue fazer funcionar em sua escrita, mas cujas incongruências ficam demasiado explícitas na linguagem do cinema. Um exemplo desse tipo de narrativa é “Comboio do Terror” (https://youtu.be/IniwjSfs4fs?si=LQnLCGU4QuANqYry), filme horroroso (no pior sentido) dirigido pelo próprio Stephen King e que foi inspirado em um conto até bem legal, “Caminhões” (presente em “Sombras da Noite”).


Sabe aquele velho ditado sobre o livro ser sempre melhor que o filme? Pois bem, ao menos para mim esse ditado acaba de ser desmentido.


 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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FAVELA GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:

https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica

O livro Favela Gótica fala sobre “a monstruosidade essencial do cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo das Trevas para a Luz.

A versão física de Favela Gótica está à venda no site da Verlidelas, mas o autor e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o PDF de todo o livro.

Fique à vontade para repassar o arquivo para amigos e parentes.

Leia ou baixe todo o livro no link abaixo:

https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica

 

Link do livro no SKOOB:

https://www.skoob.com.br/livro/840734ED845858

 

Book trailer

https://youtu.be/FjoydccxJGA


 

Entrevista sobre o livro na FM Cultura

https://youtu.be/IuZBWIBYeHE


 

Resenha (Perpétua):

https://youtu.be/4Vm4YUoU-SM


  

 

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