sábado, 28 de maio de 2011

A ILHA – Aldous Huxley



Este livro foi publicado em 1962, a última obra que o autor viu ser publicada. Pode ser considerado o testamento de Aldous Huxley, o seu legado para a humanidade. Em minha opinião, a sua obra-prima e um dos melhores livros já escritos!

Li pela primeira vez em português, durante a adolescência. Ficou a lembrança de um livro muito bom, que eu deveria ler novamente algum dia. E agora tive a oportunidade de ler no original (“Island”), e a segunda leitura foi muito mais proveitosa que a primeira! É que eu mesmo avancei como leitor, e pude compreender melhor a profundidade da visão de Huxley.

Will Farnaby, um jornalista cético e aventureiro, que “não aceita um sim como resposta”, consegue vencer mil perigos e aportar em uma praia de Pala, a ilha proibida. É acordado pelo som de pássaros (mynah birds no original, creio que são parentes da gralha ou do corvo), que repetem sem cessar as seguintes palavras: “atenção” e “aqui e agora, rapazes”. Quando algumas adoráveis crianças encontram o náufrago Will, explicam para ele que os pássaros são ensinados a repetir essas palavras, para benefício dos habitantes humanos da ilha. “Mas por que?”, quer saber Will. Uma das crianças responde: “É que essas são as coisas mais fáceis de esquecer, ora!”

Esse é apenas o começo da história. No fundo, “A Ilha” é uma obra de filosofia disfarçada em romance. Apresenta a visão de um mundo ideal, tal como concebido por Huxley, talvez uma antítese à apavorante civilização descrita em “Admirável Mundo Novo”, sua obra mais conhecida. Escritor malandríssimo, para evitar que a descrição de uma sociedade perfeita fique tediosa, Huxley nos apresenta o paraíso na Terra justamente quando ele está para ser destruído. É que as tropas de Rendang, país vizinho de Pala, já estão se movimentando para invadir a ilha e tomar conta do precioso petróleo que jaz ali.

Poderia falar muito ainda, e ainda assim dizer muito pouco sobre essa obra, que só lendo para conhecer. Posso dizer apenas que, dos mundos perfeitos que já visitei graças aos livros (a República de Platão, a Utopia de Thomas More, a Nova Atlântida de Francis Bacon), foi em Pala que eu mais me senti em casa.

(12.04.11)

Um comentário:

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