terça-feira, 31 de maio de 2011

O FALCÃO MALTÊS (RELÍQUIA MACABRA) – Dashiell Hammet


Clássico!!!

É difícil mensurar a força que essa obra teria para um leitor de hoje, de tanto que ela já foi copiada, parodiada, caricaturada... É necessário observar o contexto e a época em que o livro foi escrito para se ter uma real dimensão da importância de “O Falcão Maltês” (“The Maltese Falcon” no original).

Publicado em 1930, originalmente como uma série para a revista “Black Mask”, esse livro foi o ápice do chamado romance “noir”. Por conta dessa obra, Dashiell Hammet foi “acusado” de elevar o romance policial à categoria de alta literatura. Novamente, é difícil averiguar até que ponto essa “acusação” procede. Pois o conteúdo de “O Falcão Maltês” já foi tão sugado pela indústria cultural a ponto de virar clichê do clichê.

Ainda assim, há uma força latente nesse livro, que sobrevive imune a tanta imitação. Penso que algo parecido ocorre com os filmes de Hitchcock. Muitas das técnicas que Hitch inventou já viraram jargão do cinema, outras hoje seriam consideradas ingênuas diante dos avanços tecnológicos... mas eu não trocaria “Psicose”, “Vertigo” ou “Janela Indiscreta” por nenhuma tonelada dos filmes policiais produzidos em massa hoje em dia.

Dado curioso é que antes de virar escritor o autor Hammet teve uma vivência como detetive para a famosa agência Pinkerton! Experiência que foi sem dúvida valiosa para moldar um tipo inesquecível: Sam Spade.

Descrito como um “Satã loiro”, Spade é o protótipo do anti-herói, um malandro mau caráter e incrivelmente rude às vezes. Mas como ele é carismático em seu mau caratismo! Infelizmente ele só aparece nessa obra-prima e em três contos menores de Hammet.

“O Falcão Maltês” é marcado por uma prosa seca e direta, sem nenhum tipo de floreio. Por detrás do universo de loiras fatais e pistoleiros psicopatas, há um retrato sombrio da América no período entre as duas grandes guerras. O livro teve algumas versões para o cinema, sendo a mais famosa a de 1941, dirigida por John Huston e estrelada por Humphrey Bogart, certamente um grande clássico do cinema (que espero ver em breve!).




(16.04.10)

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