quinta-feira, 16 de junho de 2011

Andrea - A Sombra do Vento



Primeira ficção adulta do escritor Carlos Ruiz Zafón, A Sombra do Vento tornou-se uma agradável surpresa, finalista de prêmios literários espanhóis e traduzido para onze idiomas, é considerado uma mistura de Alexandre Dumas, Edgar Allan Poe e Victor Hugo.

Como base para a sua história, Zafón utiliza-se da santíssima trindade da literatura (o autor – a obra – o leitor), e conforme os anos transcorrem, o suspense, a comédia, o drama e o policial vão se mesclando, assim como o narrador vai mudando, permitindo ao leitor uma visão completa quando cada personagem se revela. Isso exige atenção redobrada para acompanhar o crescimento de Daniel, pois ao mesmo tempo em que a curiosidade é instigada através de muitas pistas, no final, irá se perceber que nem todas eram verdadeiras.

A história começa em 1945, na cidade de Barcelona, quando Daniel, no seu aniversário de onze anos, acorda atormentado por não lembrar do rosto de sua falecida mãe. O pai, dono de um sebo, leva o filho ao misterioso e fascinante Cemitério dos Livros Esquecidos. Caminhando pelo labirinto de suas prateleiras, Daniel encontra um livro chamado A Sombra do Vento, ao qual leva para casa e não resiste em iniciar a leitura.

Preso a história, Daniel não consegue esquece-la mesmo após a última página. Desejando ler mais, ele sai em busca de outros títulos do então desconhecido Julián Carax, e dados sobre a vida do próprio autor. Conforme Daniel vai obtendo informações, sua vida passa a ser um espelho, refletindo no seu dia-a-dia o conturbado passado de Carax.

Entre a decepção do primeiro amor e o aparecimento de um homem misterioso, que queima todos os livros de Carax, personalidades interessantes e cheias de mistérios, além de um policial violento, irão entrar e interferir na vida do jovem Daniel, fazendo com que sentimentos como a amizade, culpa e covardia, aflijam o coração do rapaz.

Andando de bonde, caminhando pelas ruas sombrias de Barcelona ou entrando em antigas mansões, o leitor ficará preso em A Sombra do Vento assim como Daniel ficou no exemplar encontrado entre milhares de outros livros. No caso dos ratos de biblioteca, esses poderão ver sua paixão refletida em muitos personagens, cujo mundo das letras é parte fundamental de suas vidas.

A melhor descrição para a história vem do próprio Daniel, que resume o seu A Sombra do Vento assim: À medida que avançava, a estrutura do relato fez-me lembrar daquelas bonecas russas que contém em si mesmas inúmeras miniaturas. Passo a passo, a narrativa se estilhaçava em mil histórias, como se o relato penetrasse em uma galeria de espelhos, e sua identidade produzisse dezenas de reflexos díspares e ao mesmo tempo um só.

2 comentários:

  1. Eu achei a história desse livro tão suave e tão marcante... arrisco-me a escrever aqui que existe uma linha tênue que separa a suavidade e o peso dessa história.

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  2. Olá Andréa, vim conhecer seu blog e me encantei!
    Sua resenha está ótima e este livro é maravilhoso.
    Também o li espero ler outros títulos deste autor.
    Bju

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