quinta-feira, 30 de junho de 2011

Breve Romance de Sonho



Deixando um pouco de lado os livros que estão nas vitrines das livrarias, fui buscar no ano de 1926 uma obra de Arthur Schnitzler, que por acaso serviu de inspiração ao diretor Stanley Kubrick para filmar “De Olhos bem Fechados” em 1999 (ao qual confesso, não assisti).

Em um romance curto, o leitor irá conhecer a história do jovem casal Albertine e Fridolin, que após retornarem de um baile, comentam situações de teor sexual. Os relatos de Albertine, somados a um sonho que ela tem um dia depois, irão provocar em Fridolin o desejo de se vingar, fazendo sua mente buscar constantemente uma fórmula para isso, ao mesmo tempo em que a julga e evita o próprio lar.

Mas Schnitzler vai além disso, pois ele consegue em Breve Romance de Sonho descrever o homem na típica situação “se eu fizesse tudo diferente”. O desejo de fugir da rotina, viver um outro personagem em um local onde se é totalmente desconhecido, sem o risco de todos os apontarem ou manchar sua vida de profissional respeitável.

Mas o que é um tema comum e recorrente até mesmo na novela da Globo, em Breve Romance de Sonho tem outro significado: o das possibilidades não realizáveis. A separação de fantasia e realidade pelo próprio destino. Ser impedido por uma mão invisível de quebrar as regras.

Apesar de aparentemente irracional, não é difícil entender Fridolin, nem de rir ou refletir sobre as palavras de Schnitzler. Pois loucura e razão são separadas por uma linha muito tênue.

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