David é um excelente contador de histórias, dessas que a gente ouve antes de dormir pra embalar o sono, me fez lembrar os velhos tempos, os contos de fadas, as fábulas, tudo muito ingênuo, puro e por isso mesmo com força suficiente para nos encantar e nos fazer acreditar em um mundo melhor.
Sua ficção é limpa, maniqueísta, com lados bem definidos, de fácil assimilação - existe o bem e o mal, não há meio-termo. Identificamo-nos com os personagens e passamos a torcer por eles ou odiá-los. São contos absolutamente pedagógicos e me pergunto, porque não levá-los ás escolas? Os clássicos são de difícil digestão, já contos como os de David cairiam rapidamente no gosto da moçada.
“O monge rei” é uma história com fundo moral de capa e espada, com fundo moral e tudo, absolutamente saborosa. Já “O camaleão” é a história de um transmorfo, tem um viés futurista, com final questionador que nos faz pensar na natureza humana e nas implicações sobre nosso futuro aqui na Terra.
A fantasia é uma arma poderosa e David sabe utilizá-la a seu favor, não se perdendo nos caminhos da criação, nem desviando do caminho traçado pelos contos de fadas. É revigorante observar um valor como este despontando no cenário literário.
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