Estou encantada com a construção dos personagens desta história. Helena Cristina (como não gosta de ser chamada) é tão original e atual, que eu custei a entender que se tratava de pura ficção!
Rafael Elarrat escreveu um livro reflexivo, divertido e emocionante. A maneira como o autor delineou os sentimentos de Helena em relação ao alcoolismo de seu pai, me fez sentir uma imensa tristeza, principalmente diante da passividade de sua família, em aceitar todo aquele "caos" em que se transformaram as suas vidas.
Conheci algumas pessoas que tiveram este tipo de problema com seus pais, e, posso afirmar que o autor pesquisou a fundo está questão ao mostrá-la de maneira tão humana e verdadeira. Infelizmente, o dependente não aceita que este vício é uma doença e faz sua família sofrer muito, com problemas financeiros e emocionais, além disso, a família fica de mãos atadas sem conseguir tomar uma atitude coerente, lidando como se nada daquilo existisse, ou, simplesmente aceitando que o alcoolismo invada suas vidas sem se opor, abrindo feridas que não se cicatrizam nunca e rompendo os laços que os une, como o respeito e o amor.
São poucas, as famílias que conseguem se reerguer sem feridas. Helena, é aquele membro da família que não agüenta mais “fingir” que está tudo bem, ou que aceita pacificamente o alcoolismo de seu pai, como o faz sua mãe, que mesmo questionada se ainda o ama, ela afirma que sim, e assiste todos os dias este ser amado se “acabar” aos poucos. Tiago, é a imaturidade em pessoa. Não consegue defender nem a si próprio, muito menos as pessoas mais frágeis que o cercam.
A sorte de Helena, em não entrar em uma depressão é a linda amizade que mantém com Beatriz, que torna a sua vida um pouco mais leve e divertida até a descoberta do seu primeiro amor.
Ganhei este livro de presente e fiquei maravilhada com a narrativa de Rafael, em abordar um tema tão pesado como o vício em mostrar como a família fica desestruturada e como seus filhos sofre com tudo isso, sem ser piegas e comum, mas sim, mostrando exatamente como de fato as coisas acontecem.
O bacana dessa história é que o autor não enfoca somente a parte do alcoolismo, ele narra também, as dúvidas de Helena e Beatriz em relação ao seu futuro profissional e o valor e a importância da amizade.
Talvez, eu tenha sido um pouco extensa em minha resenha ao alongar a parte do alcoolismo, mas é que a maneira como Rafael Elarrat expôs o assunto, trouxe para mim lembranças de pessoas queridas que sofreram muito com este problema.
Estou desesperada pela continuação da história, preciso descobrir urgentemente qual o rumo que a vida de Helena irá seguir, se algum dia ela voltará ao Brasil, se sua família entenderá o que de fato aconteceu e se o tempo e a distância, entre Helena e Luis Filipe, diminuirá o que um sente pelo outro.
“A Fina Flor” conquistou meu coração, o autor me surpreendeu ao escrever uma história que consegue ser divertida, apesar de triste, e sensível com toda a ferocidade da vida.
Super Recomendado!
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