quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tristemente assustador



"O mundo é mais súbito do que supomos."



Emma Donoghue construiu em "Quarto" uma história triste que beira quase ao terror, que um ser humano pode cometer com o outro. Conforme a leitura avançava tornava-se difícil não se assustar com o que uma pessoa é capaz de fazer com a outra, não sei se o nome correto a dar para uma atitude desvairada, como a praticada na história pelo "Velho Nick", é apenas um ato de um psicopata insano, ou, de um ser cruel, sem um pingo de compaixão.



O mundo todo se resumia a um pequeno espaço chamado de "Quarto", onde Jack vivi com a sua mãe dia e noite, noite e dia, tendo a companhia dos mesmos livros, da TV, do guarda-roupa, de poucos móveis e utensílios para cozinha. A comida era racionada, mas a criatividade de sua mãe, em construir um mundo a parte para que Jack e ela sobrevivessem da melhor maneira possível era muita. No entanto, isso não era mais suficiente, e Jack foi o elemento essencial para a ousada fuga para o "lá fora", como eles chamavam o mundo.



Fui incapaz de imaginar que o período de readaptação fosse tão complicado. A sociedade tem curiosidade e as pessoas não sabem como se comportar. Redescobrir o mundo após um longo período de confinamento,e, descobri-lo quando se achava que ele se resumia apenas um "Quarto", trouxe, para mim, uma sensação difícil de descrever apenas em uma única palavra.



Os sentimentos de angústia e tristeza foram presença constante durante a leitura desse livro, fiquei em suspenso o tempo todo sem saber se de fato eles conseguiriam seguir com suas vidas, com todas as marcas deixadas na alma, por causa daquele ato desumano, e tudo isso narrado na visão de um garotinho de cinco anos, com a sua visão de mundo limitada, não por causa de sua pouca idade, mas sim, pelos limites impostos a ele desde o seu nascimento.



Para mim, o diferencial dessa obra não é a história ser contada diante da visão de Jack, mas na maneira como Emma Donoghue desenvolveu os sentimentos dos personagens ao longo da narrativa, principalmente os da Mãe e a aceitação de Jack por parte de sua família.






"A alma escolhe a sua própria Companhia... Depois... fecha a porta."






Um comentário:

  1. NOssa, adorei sua resenha! Esse livro parece ser ótimoooo, só leio coisa boa sobre ele.
    Amei a última frase. Beeem tocante!
    bjsss

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