quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Xeque-mate no leitor!



“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”



Eu sou aquele tipo de leitora que adora a criatividade e a inteligência de um escritor ao desenvolver uma história. Independente do estilo narrado. Acredito que um bom livro tem como missão entreter e enriquecer o mundo literário de quem o lê, e, foi exatamente isso que senti com esse romance policial incrível e surpreendente. A começar pela maneira como os capítulos são apresentados, com cartas do jogo do I Ching e o jogo do xadrez, o que aguça ainda mais a curiosidade do leitor, sem deixá-lo perdido ou confuso por não ser um conhecedor desses jogos, tornando assim a obra tão original e única que me arrisco a afirmar que nunca, nenhum escritor, foi tão inventivo e sagaz ao pensar no jogo do xadrez e nas cartas de I Ching, juntas ou separadas, como um bom chamariz para uma história inteligente como está.



“O Sincronicídio” é um romance policial diferente e inovador, não somente pela maneira incomum de iniciar os capítulos, mas pelo desenvolvimento da história em si. No começo da leitura, acreditei que o autor fosse conduzi-la pela filosofia e até me fez lembrar um dos livros de Josein Gaarder: “O Mundo de Sofia”, no entanto, à medida que a leitura avançava descobri que a trama que se tecia a cada linha lida tinha um toque de ficção cientifica: pelo submundo do sexo e do poder quase que se é criada uma sociedade a parte.



“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”




O inspetor Alberto Teixeira, começa a investigar uma série de crimes, que acaba levando-o a conhecer “os gêmeos”, exatamente quando os dois resolvem colocar em pratica o Sincronicídio. Um dos únicos sobrevivente dos jovens universitários que formavam o grupo “Os Olimpianos” é quem é o inventor da Fábrica, do qual, é um dos grandes responsáveis pela distribuição das moedas implantadas no final da coluna das pessoas selecionadas por ele e pelos gêmeos. Essas moedas, que podem ser de cobre, prata ou ouro, são capazes de alterar todo um comportamento humano.



Neste universo, giram o poder e o sexo como prazeres absolutos de uma vida.



O que é possível nesta leitura, e, que em minha opinião tornou-se uma grande sacada do autor, é as múltiplas interpretações que se pode dar à narrativa, pois, se nas primeiras linhas acreditei ser conduzida pela filosofia, descobri que além de ser de fato uma trama policial recheada de suspense, com doses de ficção cientifica, o tempo todo o autor me levava a decifrar de várias maneiras o enredo da história, sem, contudo conseguir chegar ao desfecho final correto. Acabei sendo surpreendida diversas vezes.



Fiquei muito orgulhosa por ser um escritor brasileiro o responsável por construir uma obra magnífica como esta. Creio, que está mais do que na hora das editoras abrirem as portas para os novos escritores nacionais nos brindarem com suas obras.



Leitura recomendada!

3 comentários:

  1. Fiquei encantado com isso:

    “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

    o/

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  2. "O Sincronicídio" é mesmo maravilhoso e vale muito a pena ser lido, publicado e indicado. Diferente de tudo o que já li e melhor do que muitos best sellers que estão por aí. Mas, com a bagagem cultural, conteúdo e sensibilidade que tem o autor, Fábio Shiva, não era para menos! Maravilhoso!

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  3. Caramba, deve ser bom pacas. Amo romances policiais, e infelizmente, é um gênero ainda bastante subestimado. Espero ler esta obra que vc tanto elogiou.

    Abs!

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