Envolvente e criativo! “Coração de Tinta”
O universo dos livros está quase inteiro nesta história, tem restaurador e colecionadora de livros, escritor e os próprios livros ... acho que é por isso que ele é um livro tão fofo!“Coração de Tinta” tem uma narrativa envolvente, que nos seduz por completo pela criatividade do enredo criado por Cornelia Funke. A história gira em torno de Meggie e do espetacular dom de seu pai, Mo, apelidado de “Língua Encantada”, apelido este ganho por conseguir dar vida aos personagens e/ou objetos lidos nas histórias em voz alta.Um dia, durante a leitura de uma história em voz alta, para sua esposa, Mo liberta do livro “Coração de Tinta”, o vilão Capricórnio, seu fiel ajudante Basta e Dedo Empoeirado - um malabarista - e nisso, transporta a sua esposa para dentro do mundo de tinta, e, o mundo real passa a ser habitado por seres de um mundo lúdico.Capricórnio é temido por suas maldades, mas nem chega perto do temido, mais maldoso e perigoso dos personagens: “Sombra”, seu amigo que ele deseja que “Língua Encantada” traga para o mundo real. E, é a partir daí que a história começa a ganhar um estilo de aventura que nos cativa a cada linha lida.Mas, “Coração de Tinta” não traz apenas uma história do mundo da fantasia, traz também, uma seleção linda de citações, que abrem os capítulos com trechos de vários autores o que dá encanto especial a narrativa. Outra coisa que me agradou, foi a história ser narrada em terceira pessoa, algo que, para mim, facilita muito a leitura e compreensão da história, pois já que são muitos personagens principais, fica mais fácil saber o que cada um pensa e pretende fazer.Não posso deixar de citar o amor e a cumplicidade que unem Meggie a seu pai, Mo. É tão linda a amizade que os dois vivem, e a maneira como Mo, passou para Meggie o amor que ele sente pelos livros, que só por isso já vale e muito recomendar esta leitura!
Fantástico! “Sangue de Tinta”
Tenho que tirar o chapéu para Cornelia Funke, esse segundo livro da trilogia “Mundo de Tinta” é sensacional, a maneira como a autora conduz todos os personagens, que são muitos, sem deixar a história confusa é brilhante. Ainda estou emocionada com o fim de “Sangue de Tinta”, pela magia e encantamento que Cornelia passa para as palavras, dessa obra incrível, da qual, dificilmente conseguirei esquecer.Neste segundo livro, Dedo Empoeirado consegue voltar para o seu tão sonhado “Mundo de Tinta”, no entanto, Farid e Gwin não conseguem ir junto com ele, e, por isso Farid vai atrás de Meggie, que descobre que, além de conseguir dar vida às palavras de tintas, lidas em voz alta, ela consegue também se ler para dentro da história.A partir daí, a narrativa começa a ficar cada vez mais emocionante, quando Meggie, Farid e Gwin chegam ao “Mundo de Tinta”, ficam encantados com o que seus olhos vêem: fadas, gigantes, árvores gigantescas e belas, homenzinhos de vidro, é um mundo do qual Meggie começa a perceber que não é feito apenas de magia, é também feito de crueldade, com vilões de causar um medo imenso, como Cabeça de Víbora e seu Castelo da Noite, um lugar nebuloso com muros escorregadios de lágrimas e sangue.A criatividade de Cornelia Funke parece não conhecer limites, os nomes dados aos personagens, a descrição do povo colorido, o cenário é tudo tão bem explorado pela autora e tão ricamente construída e descrita nos mínimos detalhes, que fica muito difícil não se apaixonar por esse “Mundo de Tinta”. Além disso, Cornelia conseguiu me comover mais uma vez pelo lindo amor entre pai e filha... entre Meggie e Mo.A cada linha lida fico mais apaixonada pela narrativa de Cornelia, que valoriza as palavras, os livros, escritores, histórias e profissões ligadas ao mundo dos livros, como, por exemplo, a de restaurador de livros, mostrando assim a importância de se cuidar bem de um objeto tão valioso, que é capaz de nos entreter, ensinar e enriquecer o nosso mundo particular: os livros!Leitura super recomendada!
Encantador! “Morte de Tinta”
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta, sem interesse pela resposta,
Pobre ou terrível, que lhe deres:Trouxeste a chave?" - Procura da Poesia de Carlos Drummond
de Andrade.
Cornelia Funke não poderia ter sido mais feliz ao selecionar este belo poema de Drummond na abertura de um dos capítulos deste livro. Foi exatamente assim que me senti neste terceiro e último livro da trilogia “Mundo de Tinta”, como se eu estivesse com a chave em punho, pronta para abrir o mundo das palavras de tinta.Palavras, a autora expressa bem a importância e o valor delas, capazes de se transformarem em versos, rimas, histórias, canções... capazes de descrever os sentimentos, como alegrias, medos e tantos outros.Como nos demais livros, em “Morte de Tinta”, não faltaram criatividade e inovação para o mundo de fantasias criado por esta autora que conquistou meu coração. Cornelia descreveu um mundo cheio de possibilidades, rico em detalhes primorosos, que se tornava uma delícia em se imaginar e sonhar com tudo que sua história apresentava: as roupas, plantas, os personagens, seus nomes e todas as criaturas possíveis e impossíveis são muitos e muito bem construídos que até agora me pergunto: como a autora conseguiu essa façanha, sem deixar a narrativa confusa ou atrapalhada?Meggie e sua família continuam no mundo fictício de “Coração de Tinta”. Mo, assume quase que por completo a personalidade de Gaio, uma espécie de Robin Hood, e junto com o Príncipe Negro, seu urso e alguns menestréis começa a lutar contra os vilões, tornando realidade as canções criadas por Fenoglio, sobre o Gaio. O que deixou Resa e Meggie preocupadas na pessoa em que ele estava se transformando, pois, como bem narrado por Cornelia, Mo começa a misturar a sua vida real com a de Gaio e, nem mesmo o amor que ele sente por Meggie consegue fazê-lo parar de lutar.Mas, um novo inimigo torna-se mais ardiloso com as palavras: Orfeu, que as utiliza para reescrever e manipular a história, o mundo criado por Fenoglio - Ombra,é preenchido por personagens distorcidos por Orfeu, fadas coloridas, entre outros, começam a aparecer deixando Fenoglio mais enfurecido com as mudanças ocorridas em sua obra. Mas isso não é suficiente para Orfeu, que resolve unir-se ao temível Cabeça de Víbora e ir atrás de Gaio/Mo.No entanto, Mo não está só, a Feia – Violante, Dedo Empoeirado, sua esposa Resa, Farid e até as Damas Brancas estão do seu lado para enfrentar o maior de todos os vilões: Cabeça de Víbora. Não posso deixar de mencionar os demais personagens, que mesmo na distância, tentam ajudar Mo/Gaio a cuidar e proteger sua amada filha Meggie e as demais crianças de Ombra, como o Príncipe Negro.É difícil selecionar o que eu mais gostei nessa trilogia,se, nos outros livros fiquei admirada com o amor entre pai e filha, tão ricamente descrito por Cornelia, neste, fiquei mais encantada pelas descobertas de sentimentos do coração de Meggie. Achei que a autora colocou tudo de uma maneira tão delicada e sensível que deixou a história ainda mais gostosa de ler.É uma pena que essa trilogia chega ao seu final. Fiquei tão envolvida com todos esses personagens, com suas dores, medos e alegrias que sinto um “buraco” no meu coração, igualzinho a uma estante cheinha de livros quando de lá é retirado um livro e fica apenas um espaço vazio, denunciado a falta... difícil de ser preenchido.
Leitura recomendada!
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