sábado, 22 de outubro de 2011

Resenha - Drácula: o vampiro da noite

Olá pessoal, o Halloween se aproxima e, apesar desta data não fazer parte de nosso calendário, cada vez mais vem sendo aderida entre os brasileiros, assim, para comemorar o dia das bruxas, postarei em meu blog, o Conforme à Letra, algumas matéria relacionadas a esta festividade. Deem uma conferida em meu blog depois e deixem um comentário caso queiram, ok?!
Enfim, sem delongas, a seguir a resenha de um livro que já se tornou um clássico e que, para mim ao menos, é um dos melhores do gênero. Espero que gostem da resenha e, para quem não leu a obra, leiam assim que puderem. Até mais.





Não é só mais um livro sobre vampiros

Drácula, de Bram Stoker (Martin Claret, 438 p.) não se trata somente de mais um livro sobre vampiros, pois é, antes de tudo, um clássico da literatura que revolucionou o mito sobre estes enigmáticos seres das trevas, isso, é claro, no século XIX quando foi publicado, o que causou, não imediatamente como era de se pensar, certo furor entre os leitores da época, já que até então a literatura voltada para o terror não era tão bem explorada em relação a outros tipos de histórias com temas mais romantizados e mais semelhantes à realidade do que a fantasia, como o mito do vampiro. É claro que o vampiro de Stoker não foi o primeiro a existir na literatura_ afinal, John Polidori e Sheridan Le Fanu foram os primeiros a tratarem do tema_ mas é inegável que foi o único a ganhar notoriedade e o “único” que serviu de “base” para a complementação do mito nos séculos seguintes, seja por meio da brilhante releitura de Anne Rice e suas Crônicas Vampirescas, onde destaca-se o vampiro Lestat ou, porque não dizer, a nova visão sobre vampiros da escritora americana Stephenie Meyer.
O fato é que Drácula se consolidou e, muito embora o mito do vampiro atual tenha mudado para adequar-se ao mundo em que vivemos atualmente, não pode ser visto apenas como mais uma história sobre vampiros. 
Basicamente, a trama de Stoker tem início quando o jovem advogado Jonathan Harker vai até o castelo do Conde Drácula
 localizado na Transilvânia. A visita feita a Transilvânia e tudo o que de estranho acontece após o encontro do advogado com o misterioso e excêntrico Conde Drácula é narrado em seu diário, no entanto, partes da história também são contadas através dos diários de Mina (primeiramente a noiva e, logo depois, esposa do jovem Harker), do Dr. Jonh Seward, médico psiquiatra e amigo do Dr. Van Helsing, que é o primeiro a decifrar a misteriosa doença de Lucy Westenra (prima de Mina) que acaba sendo convertida em vampira no decorrer da trama. Ainda podemos visualizar na obra de Stoker, o diário de bordo encontrado a bordo do navio Deméter, que misteriosamente atraca no porto de Whitbay, além de partes do diário Lucy, bem como a gravação fônica de Van Helsing no diário (chamado de Relatos Cotidianos) do Dr. Seward.
O mais interessante em toda a obra de Stoker não é o mistério que envolve toda a trama, mas a própria ambiguidade do personagem central da narrativa (Conde Drácula) que nos é apresentado não só como exótico e excêntrico, anteriormente citado, mas como uma figura extremamente forte (muito embora não goste de dar demonstração de sua força em público), violento, muita embora essa postura possa ser justificada pela necessidade de conseguir alimento, extremamente envolvente e sensual, com a capacidade de transmutação (já que ora aparece como um morcego, ora como um cão, ora como um velho, ora como um homem jovem, além de poder assumir a forma de uma névoa), além de, e talvez o mais impressionante, o fato de
 ser o personagem que, ao contrário do que vemos nos filmes, não demonstra preferência sexual, pois, logo no início do livro, Drácula aparentemente sente por Jonathan Harker uma espécie de amor platônico, já que proíbe as três vampiras que moram com ele em seu castelo de se aproximarem do jovem advogado e por isso acaba sendo questionado por uma delas que lhe chama a atenção sobre o fato de ele mesmo nunca ter amado (ver página 56 do livro).
Drácula ainda pode ser considerado, ironicamente devido a sua condição de vampiro, o personagem mais humano da trama, pois apresenta uma conduta dúbia que tanto o aproxima do mal, como quando ele mata para alimentar-se, como do bem; quando ele, ao final da trama, apresenta uma expressão de paz e serenidade por, quem sabe, finalmente ter conseguido a libertação de sua alma.
Em vista de todas essas considerações sobre o romance de Bram Stoker, não podemos classificá-lo meramente com algo midiático, pelo contrário, devemos considerá-lo como uma grande obra que soube explorar muito bem o mito do vampiro de modo a modernizá-lo, mesmo tendo sido escrito no século XIX, e fazê-lo servir de base para o atual mito do vampiro do século XXI.

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