Editora: Companhia das Letras
Páginas: 347
Ano: 2002
ISBN: 85.359.0229-5
Gênero: Romance Policial
Venício, um tira durão e honesto, se vê as voltas com o assassinato de um amigo de profissão: Antonio Carlos, vulgo Toninho. Tem em mente vingar o assassinato de seu colega e limpar a honra da polícia, mas vai acabar descobrindo coisas que preferiria não ter descoberto.
Nesse romance de estréia de Joaquim Nogueira, é latente como ele traz muito de sua profissão (foi delegado de polícia até 1998, quando se aposentou) para o livro. Jargões policiais, manias nacionais e o famoso ‘jeitinho’ do Brasileiro, sempre descritos aqui ora com muito bom humor, como no caso do traficante e sua mãe hipertensa, ora com certa dose de dramaticidade, como é o caso da empregada Jandira e sua condição.
Passeando por toda São Paulo, Joaquim Nogueira faz mais do que narrar uma história policial: ele traça os caminhos tão conhecidos dessa imensa e maravilhosa cidade, nos faz sentirmos dentro de suas histórias, pelo simples fato de saber que esta ocorreu (ao menos no pensamento do escritor) tão pertinho da gente.
Além da história em si, há também uma boa dose de crítica, como o baixo salário, seus membros corruptos, a ousadia cada vez maior de bandidos contra a polícia, etc... Coisas que podem até assustar, mas que infelizmente é a mais pura realidade.
A única coisa que me incomodou (e isso é até uma coisa minha) é o fato de ele não sinalizar quando é fala ou não é (tipo travessão, ou aspas...). Para nós aqui da comunidade, que lemos tantas coisas, esse detalhe não faz muita diferença, afinal, você com certo tempo passa a distinguir o que é diálogo do que não é, mas, digamos que um iniciante no ramo da leitura não seria capaz de distinguir ou teria um pouco mais de dificuldade. Na verdade, nem sei se é estilo dele ou erro de impressão da editora... Fica a dúvida!
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