Ainda me encontro maravilhado pela leitura de Boudica – Livro 1: Águia (Bertrand Brasil, 656 páginas). É difícil encontrar palavras quando assim ficamos. Pesquisei a vida dos Césares romanos e cheguei ao cúmulo de pesquisar em atlas as rotas de viagens comerciais da época, que eram as mesmas utilizadas para a guerra, só para ter um apoio histórico, tamanha a fissura que fiquei. Mas há pouca documentação a respeito de Boudica, que é estudada por especialistas em busca de pistas sobre essa guerreira, cujo exército fez tremer os romanos. A história é sempre contada pelos povos vencedores, portanto tudo fica muito difícil de se provar, já que o nome desta guerreira desapareceu para só retornar no reinado de Elizabeth I, que tentara ligar seu nome a ela, tornando-a um ícone.
Para se ter uma ideia da complexidade da história, basta dizer que ela se inicia no período 32 d.C (data importante para os cristãos que não são mencionados) neste Livro 1, em que o mundo civilizado era governado por ninguém menos que Calígula e finaliza-se com a morte do mesmo e o início do curto império de Claudio (pai de Nero, e é em Nero que provavelmente a história culminará).
Para quem gosta de história como eu, é um prato cheio, porém para quem não gosta terá uma narrativa tão bela e poética que se tornará fã. Muitos já tentaram contar os feitos desta rainha; até Marion Zimmer Bradley (a mesma de As Brumas de Avalon) em seu livro Os Corvos de Avalon, mas ninguém o fez com a amplitude de Manda Scott. É claro que a autora tomou inúmeras liberdades, mas ainda assim é fascinante.
O livro é propositalmente descritivo para sabermos dos hábitos e costumes da época de uma Grã-Bretanha selvagem, repleta de superstições, visões e druidas, próprios da idade média, onde se misturam a arte de se forjar espadas, criar cavalos e cães para a batalha, tradições perpetuadas através do canto e confrontos em nome dos deuses. A maioria dos personagens principais realmente existiu, tais como o rei Cunobelin que no final de sua vida se revoltou contra o jugo romano e se uniu a Boudica, e seus 3 filhos herdeiros, Togdubnos (o diplomata), Amminios (o ambicioso) e Caradoc (o guerreiro, fundamental neste romance), Venútio (líder dos Brigantes) e Cartmandua (esposa e rainha, que se insurgiu contra o marido Venútio, mantendo relações amigáveis com os romanos), entre tantos outros.
Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2011/10/resenha-furia-de-uma-guerreira.html
Vou procurar esse livro, com certeza!
ResponderExcluirCom certeza deve ser muito interessante!
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