sexta-feira, 2 de março de 2012

DANÇA DA MORTE - Douglas Preston e Lincoln Child

Um bom thriller policial, hoje em dia, é raro. Podemos contar nos dedos quem se aventura por este estilo. Já fui fã de Ross MacDonald e no momento Dennis Lehane é imbatível, pelo menos em minha opinião pouco abalizada. Também gosto dos brasucas, como não: o desconhecido Joaquim Nogueira, a visceral Patricia Melo, o titã Tony Bellotto e o inconfundível mestre Rubem Fonseca, entre tantos outros.

Por que tudo isso? Para começar a falar deste romance policial que me chamou a atenção logo pelo trabalho da capa – Dança da morte (Record, 502 páginas) – belíssima, porém não entendi em momento algum a relação desta com o enredo. O livro é um calhamaço que li rapidamente, tal o capricho com que os capítulos vão se desenvolvendo e nos envolvendo.
O livro trata do drama vivido pelo policial D’Agosta que tenta lidar com a morte de seu amigo Aloysius Pendergast, que lhe deixa uma incumbência post mortem: impedir que seu irmão Diogenes Pendergast cometa um crime que entraria para a história. Mas que crime seria esse? Não há pista. Apenas o aviso de que todos aqueles que se envolveram com Aloysius correm risco de morte. Aliás, logo no início, uma série de assassinatos misteriosos começam a acontecer dando início a uma corrida contra o relógio. Taí, um enredo clássico de perseguição a uma mente criminosa.

O livro é escrito a quatro mãos e percebemos que Douglas Preston e Lincoln Child é uma dupla afiada, madura, focando personagens sólidas, bem construídas. Em nenhum momento percebemos a escrita de um ou de outro. Fiquei encantado.

Há cenas cinematográficas como esta:

“Bem acima dele, um homem pendia do céu com os braços abertos, agitando-se, desesperado... Por instantes Sawtele teve a impressão de que ele estava apenas levitando... Foi então que percebeu a fina corda esticada que o prendia pelo pescoço...
O homem balançou e tremeu, e suas costas arquearam em agonia de maneira que a vítima parecia ter dobrado seu corpo ao meio...
De súbito a corda partiu-se. O homem, batendo os braços e sacudindo as pernas, veio caindo como um foguete bem na direção dele.
...Uma fração de segundo depois veio a explosão do vidro, e com ela uma sombra que em alta velocidade arremessou-se através de uma chuva de cacos de vidro e foi aterrissar... sobre as senhoras e suas saladas de frutas, que se desintegraram...”

Há citação do famoso psiquiatra escocês R.D.Laing, que nos remete à loucura e já nos dá um a pista de como será desenvolvida a trama:

...”A doença mental é a resposta sã ao mundo louco”.

Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/03/resenha-loucura-e-genialidade.html

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