HOMENAGEM AO MILLÔR FERNANDES by Elenilson Nascimento

“Dias de sede, noites de fome de mais um (no humor) que se apagou.”

No final, pouco importa a abordagem, já que a finalidade é sempre a mesma: “trabalhe de graça para mim — em troca eu vou te catapultar ao total estrelato”. Lembram do que eu escrevi outro dia aqui no blog? Por mais estranho que possa parecer, escrevi aquela crônica depois de ter lido umas frases do Millôr: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”; “O poder é o camaleão ao contrário: todos tomam a sua cor”; “Acreditar que não acreditamos em nada é crer na crença do descrer”; “Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor”; “As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades” e por aí vai.

A situação hoje em dia está sendo tão subvertida a tal ponto que, se um “artista” recusar a “oferta” de trabalho de graça, chega-se a uma estranhíssima inversão de papéis. O cara passa a ser chamado de preguiçoso e/ou vagabundo. E Millôr poderia aparecer nos jornais com mais essa: “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem”. Mas o Millôr não aparecerá mais.

E, de repente, é como se o artista devesse agradece r aos céus por uma oportunidade de uma notinha nos jornais da cidade (*quiçá ele até terá de pagar para poder publicar em um espaço tão ilustre que ninguém lê, nem compra e nem acessa). Mas, enfim, desculpa aí qualquer coisa… Este jornalismo já enjoa, já enoja e torna-se um problema nacional de iliteracia, incompetência e banalidade. Mas a Malu Fontes não acha isso! Muito menos os seus amiguinhos jornal istas cheira cu de estrelinhas do axé!

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fonte: LC