domingo, 18 de março de 2012

A VELHA SENHORA - Georges Simenon

Sobre a história:


Valentine Besson, viúva do famoso criador dos produtos de cosméticos Juva, pede a Maigret para ir até Étretat a fim de investigar a morte de sua empregada que, segundo ela, morrera em seu lugar.


A morte foi por envenenamento e o veneno foi colocado no copo com sonífero líquido que ela tomava todos os dias antes de dormir. A dosagem era feita por ela e sempre no mesmo copo, única peça restante de um jogo. Nesse dia, por achar o remédio mais amargo que de costume devolve-o para Rose que, longe das vistas da patroa, resolve tomá-lo.


Como era seu aniversário Valentine, que mora sozinha, recebeu nesse dia fatídico a visita de sua família: sua filha veio de Paris e os filhos de seu falecido marido também marcaram presença, Theo, e Charles que veio acompanhado da esposa e dos filhos.


O interessante nessa história é que, aparentemente, não havia motivo que justificasse a morte de Valentine e tampouco a de sua empregada. Seu relacionamento com os familiares é normal. Não tem dinheiro em demasia, mora numa pequena casa deixada pelo marido e vive com uma modesta pensão. As joias que um dia tivera há muito haviam sido substituídas por cópias e vendidas para pagar dívidas da Juva Cosméticos.


O que está por trás disso tudo Maigret acaba descobrindo, e apesar de isso ser um tanto quanto previsível não tira o sabor de uma boa história policial.




Georges Simenon

Sobre Maigret:


Meu primeiro contato com ele foi justamente através de A Velha Senhora e quando o li tive uma grande decepção, detestei a história e o detetive porque na época ainda não tinha lido todos os livros de Agatha Christie e foi inevitável a comparação do estilo de escrita dos autores e de Maigret com Poirot.


Tempos atrás, relendo esse livro sem ideias preconcebidas posso afirmar que gosto do estilo de Maigret e me tornei sua fã. O que chama a atenção em Maigret:


- É fumando seu cachimbo, sua marca registrada, e de olhos semi cerrados que ele analisa ponto a ponto o caso em que está envolvido dando a impressão, às vezes, de estar cochilando.


- É conhecedor da natureza humana.


- Gosta de observar a natureza e o espaço físico que o cerca.


- Durante as investigações sempre há algo que o reporta à sua infância: o cheiro do mar, o avental azul que a mãe da vítima está usando, o cheiro de cera de uma sala, ou da comida que está sendo preparada, etc.


-Tem como esposa, Louise, que é uma mulher especial. Ela encara com toda naturalidade do mundo os imprevistos que seu marido, como Inspetor Chefe, enfrenta. Sabe respeitar seus momentos de reflexão que acontecem ora à mesa do jantar, ora quando passeiam juntos, entre outros. Também sabe quando lhe dirigir uma pergunta sobre o caso atual e, em grande parte das vezes, é como se estivesse lendo seus pensamentos.


- Aquela frase clichê “não bebo quando estou em serviço” com certeza não se aplica a ele. Às vezes sai do escritório para tomar uma bebida e bebe de tudo, conhaque, cerveja, licor, calvado, etc.


Revelando a estátua de Maigret em Delfzijl, setembro de 1966.
Georges Simenon (segundo da esquerda) com quatro Maigrets televisão:
Rupert Davies (GB), Heinz Ruhmann (Alemanha),
Gino Cervi (Itália). Jan Teuling (Holanda)


bj da angel ;)

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