quinta-feira, 17 de maio de 2012

DAYTRIPPER - Gabriel Bá e Fábio Moon


Daytripper foi a primeira graphic novel que li. É, graphic novel, ou uma história em quadrinhos, no bom e velho português! O exemplar, ganhei em um concurso de contos da comunidade Contos Fantásticos, no Orkut. Melhor prêmio não poderia haver. A capa já é um encanto: deixa entrever o que há por trás: um mundo de cores e sensações conflitantes, sobre vida e morte, onde acompanharemos Brás de Oliva Domingos, um escritor de obituários que sonha em publicar um livro. E que tem apenas mais um dia de vida. O que pode acontecer nesse último dia? Claro, ele não sabe que é o último. E esse último dia nos é apresentado de várias formas. Dez, aliás. São dez formas diferentes de viver o último dia de uma vida toda, curta ou longa. E pode ser quando menino, ou quando adolescente, ou depois de se tornar pai, ou já avô, em diversas circunstâncias, as mais corriqueiras, ou de repente não...



Terminei a leitura hoje, no meu horário de almoço. Aliás, li o livro em grande parte nesse horário, poucas páginas antes de me deitar e devorando entre 12:00 e 12:30. Um ritmo tão alucinante que foi difícil largar e ir para o trabalho, mas é claro que isso me fez bem. Inclusive hoje, quando, ao terminar, me peguei chorando. Pensei "Caramba, vou chegar na escola com os olhos vermelhos", rs. Com a leitura de Daytripper, de certa forma, dei vazão a um certo medo que tenho da morte. Sim, tenho medo da morte, dessa coisa de não sabermos quando ela vai chegar, ou como, por mais que a gente diga que quer morrer "assim" ou "assado". O próximo minuto, será o último? E as pessoas que aqui ficarão, como reagirão à nossa partida? Será que nos orgulharemos de tudo o que ficou para trás? Eu queria uma animação dessa história, seria perfeito! 



A vontade que tenho é de começar a reler imediatamente, só para viver esses dez dias com Brás novamente, acompanhá-lo e me emocionar de novo, como estou agora. Além de tudo, é uma delícia ver que foram dois brasileiros, os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá, os responsáveis por essa história tão cativante. Orgulho demais! Daytripper foi a primeira obra brasileira a ganhar o prêmio Eisner, que é tal qual o Oscar dos quadrinhos. Mas quem se importa com isso, diante de tanta beleza em um só livro? Perdoem se pareço estar deslumbrada, como disse, foi apenas a primeira graphic novel que li, portanto sou bem leiga, leiga demais quanto aos aspectos técnicos, então esse é somente o relato emocionado de uma leitora, que acabou de descobrir uma joia rara. Ou como criança, que acabou de receber o brinquedo preferido das mãos dos pais, rs. 


"A vida é como um livro, filho. E todo livro tem um fim. Não importa o quanto você goste do livro, você vai chegar na última página e ele vai terminar. Nenhum livro é completo sem o fim. E quando você chega lá, somente quando você lê as últimas palavras, é que você vê como o livro é bom. Ele parece mais real." (p. 220-221)

Só que, diferente de um livro, na vida não podemos pular "páginas" e ver como tudo vai terminar. Essa é a magia, então...


Página do livro no Skoob


Resenha publicada também no Blog de Leitora e Escritora.

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