terça-feira, 10 de julho de 2012

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO – Aldous Huxley



Lendo esse esplêndido livro pela segunda vez, alguns detalhes me chamaram a atenção:

* É interessante que a tecnologia é usada para diminuir e cercear o homem, e não para fazê-lo crescer e avançar. As técnicas de eugenia seriam suficientes para criar um “Alfa Mais Mais”, ou seja, um ser humano mais evoluído, um super-homem. No entanto, o que a tecnologia produz são seres subumanos, Deltas dolicocéfalos e Ípsilons semi aleijões... o motivo? Criaturas imbecilizadas são mais fáceis de controlar...

* A figura do Selvagem John, que foi criticada como inverossímil pelo próprio autor em prefácio de 1946, cresceu ainda mais nessa segunda leitura. Realmente um achado genial uma pessoa que conhece a civilização ocidental unicamente pela obra de Shakespeare.

* Por falar em Shakespeare, fiquei com muita vontade de ler “Tróilo e Cressida”, que tem belíssimas frases citadas pelo Selvagem.

* Mas a conclusão final foi a seguinte: o Admirável Mundo Novo é aqui! Fiquei impressionado com as semelhanças entre a sociedade descrita por Huxley e os valores pregados pela civilização ocidental: hedonismo, consumismo ao extremo, sexualidade exacerbada, felicidade sustentada por drogas, espiritualidade substituída pela busca incessante e histérica de prazeres vazios...

* Impressionante sempre é o poderoso intelecto que gerou essa magnífica obra! Que escritor sem igual! Lembro sempre do apelido que outro grande, Anthony Burgess, deu a Aldous Huxley: um deus distraído!

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