Para
explicar o que aprendi com esse livro, vou usar uma analogia musical:
Primeiro
surgiu Jimi Hendrix. Ele não inventou a guitarra, mas sim uma nova maneira de
enxergar as possibilidades da guitarra. Graças a ele, novas técnicas surgiram,
e novas tecnologias criaram novas guitarras, que propiciaram o surgimento de
novos guitarristas que levaram muito adiante o legado inicial de Jimi (Stevie
Vai, Van Halen, Malmsteen etc).
Pois
então, passando dos reis da guitarra para as rainhas do crime, temos:
Guitarra
= romance policial
Jimi
Hendrix = Agatha Christie
Novos
guitarristas = Mary Higgins Clark, Patricia Highsmith, Ruth Rendell
É
possível se divertir perfeitamente com um livro de Mary Higgins Clark sem
jamais ter lido nada de Agatha Christie. Perceber por detrás do livro uma
verdadeira “história do romance policial”, no entanto, só acrescenta brilho e
diversão à leitura.
Sinto
uma afinidade entre as americanas Patricia Highsmith e Mary Higgins Clark, ao
procurar enriquecer o romance policial com elementos de drama e construção
psicológica dos personagens. À britânica Ruth Rendell, creio, coube a distinção
de ter levado o romance policial à esfera das angústias existenciais e
filosóficas. E as três tem em comum o fato de serem eternas princesas do
romance policial. Pois rainha só tem uma!!!
Quanto
a MHC, sua característica principal é deslocar o foco da descoberta do
“whoduneit” para uma série de revelações secundárias que compõem a trama. Não
somos surprendidos pela identidade do assassino, mas por uma série de relações
de causa e efeito que vão interligando os diversos personagens.
A
excelência de MHC não está em criar enredos originais e espetaculares, mas em
combinar de forma criativa elementos bem conhecidos. Ela é a mestre do clichê
retemperado e bem servido, como uma habilidosa dona de casa que prepara um
prato delicioso com as sobras do dia anterior.
“Alguém
Espia nas Trevas” é um bom exemplo desta culinária literária. Todos os
elementos da história são clichê: um casal apaixonado mas em crise, uma criança
sensível e com problemas, um jovem condenado à cadeira elétrica, um seqüestro,
uma bomba prestes a explodir no centro de Nova Iorque, um serial killer...
A
simples enumeração desses elementos pode despertar a curiosidade: como a autora
vai combinar isso tudo em uma só história?
A
resposta está nesse livro. Comecei achando a leitura morna, mas a chapa foi
esquentando a tal ponto que terminei esse livro às cinco da manhã, depois de
uma noite inteira virando páginas.
***///***
Aproveito para convidar você a conhecer o meu livro, O
SINCRONICÍDIO:
Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI
Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
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