Esse é
o primeiro romance policial de Luiz Alfredo Garcia-Roza, pelo qual ele recebeu
os prêmios Nestlé e Jabuti. Aqui somos apresentados ao inspetor Espinosa,
policial lotado na 1ª DP na Praça Mauá, apaixonado por livros e com uma rica e
fantasiosa imaginação.
Há
muito tempo queria ler Garcia-Roza, e fiquei muito feliz pela oportunidade de
finalmente saciar a minha curiosidade. Por ser um autor brasileiro de romances
policiais, espécime raro, nutria sobre ele e sobre sua obra uma grande
expectativa.
Terminei
a leitura sem saber direito o que pensar. Boa parte dessa reação, creio,
deve-se à minha própria postura ao ler. Fiquei tão empolgado por poder estudar um
autor de policiais nacional que esse foi o maior foco de minha leitura. Fiquei
atento demais à técnica, ao uso de recursos, aos truques e também às falhas e
limitações. A cada página, sentia muito forte e presente a personalidade do
autor, me senti travando com ele um contato íntimo e prolongado.
E o
resultado foi que não me concentrei tanto na história em si! Acho que tem
elementos para agradar e também para desagradar os leitores, dependendo de seu
perfil. Pontos fortes que percebi: a originalidade na apresentação do crime,
cenário e personagens brasileiros, mais próximos de nossa realidade, a
narrativa leve e fácil de ler. Pontos fracos: essa mesma originalidade na
apresentação do mistério e da solução, algumas questões de verossimilhança e
principalmente o final abrupto demais, em minha opinião.
Resumindo:
eu gostei do livro, mas não creio que todos gostem.
Quanto
à experiência de aprendizado, foi fantástica!!! Fiquei totalmente absorvido,
como raramente acontece em uma leitura.
Poderia
escrever um livro só contando o que aprendi sobre “a arte de escrever romances
policiais” ao ler Garcia-Roza, mas acabaria cometendo muitos spoilers...
Vou me
restringir a dois comentários então.
Primeiro:
a comparação com Rubem Fonseca é inevitável. Senti a influência de Fonseca,
sim. Mas Garcia-Roza soube desenvolver um estilo próprio.
Segundo:
um ponto alto na narrativa é o cenário do Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa
quase figura como também uma personagem do livro. Para mim foi saborosíssimo
esse detalhe do romance, pois muitos dos lugares citados são bem conhecidos por
mim, que morei 20 anos no Rio. Mas esse mesmo detalhe teve um lado
desagradável, pois julguei perceber em Garcia-Roza um certo esnobismo
involuntário. Penso que ao escrever seu primeiro romance ele conhecia bem a
zona sul e o centro, mas praticamente nada dos subúrbios. E nessa acabou
pintando o Méier com algumas cores irreais, que revelam o seu desconhecimento.
Mas é coisa só para quem conhece bem o Rio perceber. Achei esse um ponto fraco
principalmente porque em sequência a uma crítica social que o autor faz ele
mesmo torna-se alvo de sua crítica, ao mostrar seu preconceito de forma
inconsciente (por acreditar que quem mora no Méier não sabe o que é praia, por
exemplo).
No
total, foi uma experiência muito agradável e instrutiva ler esse livro! Mad
queridão, valeu demais!!!!!!!!!!!!!!! Breve começarei a ler “Achados e
Perdidos”!!!
E viva
a nossa produção nacional!!!
***///***
Aproveito para convidar você a conhecer o meu livro, O
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