Uma das
coisas mais legais na obra de Asimov é o modo como a partir de um determinado
ponto suas histórias começaram a convergir, para formar uma única e colossal
história do futuro!
Podemos
dizer que a ficção científica do bom doutor tem três vertentes principais:
1) Saga
dos Robôs
2) Saga
da Fundação
3)
Sagas menores e histórias avulsas
Pois
bem. Em algum momento da década de 1950, Asimov teve um insight determinante.
Começou a tecer elos de ligação entre suas diversas histórias. O resultado,
para o fã, é de um deleite incrível!
É
vertiginosa a história contada por Asimov. Começa em nossos dias (na época de
Asimov) e avança centenas de milhares de anos, envolvendo milhões de mundos
habitados e quatrilhões de seres humanos espalhados pelo universo. E a mãe
Terra como a origem de tudo.
Asimov
nunca teve medo de ser grandioso, e sempre teve a espécie humana na mais alta
conta.
É por
isso que o amo tanto!
Sobre o livro
As
aventuras de Lucky Star, o Ranger Espacial, fazem um arco de histórias à parte,
uma curiosa mistura de FC com faroeste. O resultado é um entretenimento leve,
que ganha um sabor vintage pelo fato das histórias dessa saga serem muito
datadas. Asimov declarou certa vez que tomava cuidados para não deixar suas
histórias serem facilmente ultrapassadas por novas descobertas científicas. Ele
conseguiu fazer isso, e admiravelmente. A saga do Ranger Espacial é a exceção,
pois justamente aqui a cada episódio a trama se desenrola em algum ponto do
sistema solar. Asimov contava com as informações disponíveis na época (década
de 1950), que foram logo suplantadas nas décadas seguintes pelo material
coletado pelas sondas e foguetes.
Um
ponto central da história de “O Grande Sol de Mercúrio” está baseado em uma
incorreção astronômica. Quando Asimov escreveu o livro (1956), pensava-se que
Mercúrio possuía uma face eternamente iluminada, e outra que permanecia sempre
na escuridão. Em 1965, nove anos depois, a ciência descobriu que Mercúrio gira
em torno de si mesmo, muito lentamente, enquanto gira ao redor do Sol. O
resultado é interessante: um ano de Mercúrio dura 88 dias terrestres, enquanto
um dia de Mercúrio equivale a 59 dias aqui na Terra!
Mas
isso não atrapalha em nada a diversão,
como o próprio Asimov assegura em sua introdução onde explica essas questões.
Temos um mistério a ser desvendado, bem ao estilo “whodunit”, situações de
perigo em câmara lenta (como isso tem um sabor de anos 50!!!), um duelo
situações inusitadas, dessa vez trazendo como duelista o baixinho e
temperamental Bigman, o marciano que faz às vezes de parceiro cômico de Lucky
Star...
A
novidade, que tornou essa leitura bem mais interessante, foi justamente esse
impulso unificatório de Asimov em ação. Pois nesse quarto volume da série
aparecem não só os robôs, como pistas de que o império galático já está em
expansão...
Diversão
para fãs!
Um
livro para ser lido comendo pipocas!
E viva
Asimov!
Título
original em inglês: “The Big Sun of Mercury”.
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