terça-feira, 2 de outubro de 2012

O GRANDE SOL DE MERCÚRIO – Isaac Asimov




Uma das coisas mais legais na obra de Asimov é o modo como a partir de um determinado ponto suas histórias começaram a convergir, para formar uma única e colossal história do futuro!

Podemos dizer que a ficção científica do bom doutor tem três vertentes principais:

1) Saga dos Robôs
2) Saga da Fundação
3) Sagas menores e histórias avulsas

Pois bem. Em algum momento da década de 1950, Asimov teve um insight determinante. Começou a tecer elos de ligação entre suas diversas histórias. O resultado, para o fã, é de um deleite incrível!

É vertiginosa a história contada por Asimov. Começa em nossos dias (na época de Asimov) e avança centenas de milhares de anos, envolvendo milhões de mundos habitados e quatrilhões de seres humanos espalhados pelo universo. E a mãe Terra como a origem de tudo.

Asimov nunca teve medo de ser grandioso, e sempre teve a espécie humana na mais alta conta.

É por isso que o amo tanto!


Sobre o livro

As aventuras de Lucky Star, o Ranger Espacial, fazem um arco de histórias à parte, uma curiosa mistura de FC com faroeste. O resultado é um entretenimento leve, que ganha um sabor vintage pelo fato das histórias dessa saga serem muito datadas. Asimov declarou certa vez que tomava cuidados para não deixar suas histórias serem facilmente ultrapassadas por novas descobertas científicas. Ele conseguiu fazer isso, e admiravelmente. A saga do Ranger Espacial é a exceção, pois justamente aqui a cada episódio a trama se desenrola em algum ponto do sistema solar. Asimov contava com as informações disponíveis na época (década de 1950), que foram logo suplantadas nas décadas seguintes pelo material coletado pelas sondas e foguetes.

Um ponto central da história de “O Grande Sol de Mercúrio” está baseado em uma incorreção astronômica. Quando Asimov escreveu o livro (1956), pensava-se que Mercúrio possuía uma face eternamente iluminada, e outra que permanecia sempre na escuridão. Em 1965, nove anos depois, a ciência descobriu que Mercúrio gira em torno de si mesmo, muito lentamente, enquanto gira ao redor do Sol. O resultado é interessante: um ano de Mercúrio dura 88 dias terrestres, enquanto um dia de Mercúrio equivale a 59 dias aqui na Terra!
Mas isso não atrapalha em  nada a diversão, como o próprio Asimov assegura em sua introdução onde explica essas questões. Temos um mistério a ser desvendado, bem ao estilo “whodunit”, situações de perigo em câmara lenta (como isso tem um sabor de anos 50!!!), um duelo situações inusitadas, dessa vez trazendo como duelista o baixinho e temperamental Bigman, o marciano que faz às vezes de parceiro cômico de Lucky Star...

A novidade, que tornou essa leitura bem mais interessante, foi justamente esse impulso unificatório de Asimov em ação. Pois nesse quarto volume da série aparecem não só os robôs, como pistas de que o império galático já está em expansão...

Diversão para fãs!

Um livro para ser lido comendo pipocas!

E viva Asimov!

Título original em inglês: “The Big Sun of Mercury”.


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