terça-feira, 2 de outubro de 2012

A DESOBEDIÊNCIA CIVIL – Henry David Thoreau




Um pequeno grande livro, repleto de inspiração para os homens de boa vontade!

Esse livro mostra a força de uma ideia. Mostra o quanto o homem é capaz de realizar, quando se decide a fazer o que sabe que é certo.

Thoreau não é um grande filósofo, nem um orador inflamado. A força de suas palavras vem do fato de terem brotado do coração, de serem uma expressão corajosa de verdades moralmente inquestionáveis. Pois Thoreau está certo em seu argumento. E no fundo, todos o sabem.

O próprio Thoreau não logrou diretamente grandes conquistas com sua atitude de desobediência civil. Inspirado por suas palavras, no entanto, Gandhi encontrou na desobediência civil, aliada com a não-violência, a espada e o escudo imbatíveis, com os quais derrotou um império!

É possível sim mudar o mundo! Vamos?



Belas passagens do livro

“O melhor governo é o que governa menos” (5)

“O melhor governo é o que absolutamente não governa” (5)

“Deixemos que cada homem faça saber que tipo de governo mereceria seu respeito e este já seria um passo na direção de obtê-lo.” (8)

“Não poderá existir um governo em que a consciência, e não a maioria, decida virtualmente o que é certo e o que é errado?” (8)

“A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça.” (9)

“Sou nobre demais para ser posse,
Ser um subalterno no comando,
Ou mesmo servo e instrumento útil
A qualquer Estado soberano deste mundo.” (12)

“Dou meu voto, talvez, ao que considero direito, mas não estou vitalmente interessado em que este direito prevaleça. Disponho-me a deixar isto nas mãos da maioria. A obrigação desta, portanto, jamais excede a da conveniência.” (17)

“Um homem sábio não deixará o direito à mercê do acaso, nem desejará que ele prevaleça por meio do poder da maioria.” (17)

“A ação baseada num princípio, a percepção e execução do direito, modifica coisas e relações; é essencialmente revolucionária e não condiz inteiramente com nada que lhe seja anterior.” (22)

“Leis injustas existem: devemos contentar-nos em obedecer a elas ou esforçar-nos em corrigi-las, obedecer-lhes até triunfarmos ou transgredi-las desde logo?” (23)

“Se a injustiça tem uma mola, polia, cabo ou manivela exclusivamente para si, talvez possamos questionar se o remédio não será pior que o mal. Mas se ela for de natureza tal que exija que nos tornemos agentes da injustiça para com os outros, então proponho que violemos a lei. Deixemos que nossas vidas sejam um antiatrito capaz de deter a máquina. O que devemos fazer, de qualquer maneira, é verificar se não nos estamos prestando ao mal que condenamos.” (25)

“Um homem não tem que fazer tudo, mas algo, e não é porque não pode fazer tudo que precisa fazer este algo de maneira errada.” (25)

“Pois não importa quão limitado possa parecer o começo: aquilo que é bem feito uma vez está feito para sempre.” (28)

“...é porque não sabe o quanto a verdade é mais poderosa que o erro, nem o quão mais eloquente e eficazmente pode combater a injustiça aquele que já a tenha experimentado em sua própria carne.” (29)

“Mas o homem rico – sem querer fazer nenhuma comparação invejosa – está sempre vendido à instituição que o faz rico. Falando em termos absolutos, quanto mais dinheiro, menos virtude, pois o dinheiro se interpõe entre um homem e seus objetivos, e os obtém para ele, e certamente não há grande virtude em fazê-lo. O dinheiro abafa muitas questões que, de outro modo, este homem seria levado a responder, ao mesmo tempo em que a única nova questão que lhe propõe é a difícil, embora supérflua, questão de saber como gastá-lo.” (31)

“O melhor que um homem pode fazer por sua cultura, quando enriquece, é tentar por em prática os planos que concebeu quando pobre.” (32)

“Confúcio disse: ‘Se um Estado for governado pelos princípios da razão, a pobreza e a miséria serão objeto de vergonha; se um Estado não for governado pelos princípios da razão, a riqueza e as honrarias serão objeto de vergonha’.” (34)

“Não me senti aprisionado sequer por um momento e aqueles muros pareceram-me um enorme desperdício de pedra e argamassa.” (36)

“Como não podiam alcançar-me, resolveram punir meu corpo; como meninos que, não conseguindo atacar alguém que odeiam, maltratam-lhe o cão.” (37)

“Portanto, o Estado nunca enfrenta intencionalmente a consciência intelectual ou moral de um homem, mas apenas seu corpo, seus sentidos. Não está equipado com inteligência ou honestidade superiores, mas com força física superior.” (37)

“Se uma planta não consegue viver de acordo com sua natureza, ela morre, e assim também um homem.” (38)

“Na verdade, serenamente declaro guerra ao Estado, a meu modo, embora eu ainda possa vir a usá-lo e obter dele as vantagens que puder, como é comum nestes casos.” (45)

“Não quero entrar em minúcias desnecessárias, nem fazer distinções sutis, nem pretendo parecer melhor do que meus semelhantes.” (48)

“Aqueles que não conhecem fontes mais puras de verdade, que não seguiram seu curso até mais alto, apóiam-se, sabiamente, na Bíblia e na Constituição, e bebem-na ali com reverência e humildade; mas aqueles que contemplam o lugar de onde ela verte para este lago ou aquela lagoa, arregaçam as mangas mais uma vez e continuam sua peregrinação até suas nascentes.” (53)

“Será a democracia, tal como a conhecemos, o último desenvolvimento possível em matéria de governo? Não será possível dar um passo mais além no sentido do reconhecimento e da organização dos direitos do homem?” (55)

Walden

“Os livros devem ser lidos tão deliberada e reservadamente quanto foram escritos.” (61)

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