Um
pequeno grande livro, repleto de inspiração para os homens de boa vontade!
Esse
livro mostra a força de uma ideia. Mostra o quanto o homem é capaz de realizar,
quando se decide a fazer o que sabe que é certo.
Thoreau
não é um grande filósofo, nem um orador inflamado. A força de suas palavras vem
do fato de terem brotado do coração, de serem uma expressão corajosa de
verdades moralmente inquestionáveis. Pois Thoreau está certo em seu argumento.
E no fundo, todos o sabem.
O
próprio Thoreau não logrou diretamente grandes conquistas com sua atitude de
desobediência civil. Inspirado por suas palavras, no entanto, Gandhi encontrou
na desobediência civil, aliada com a não-violência, a espada e o escudo
imbatíveis, com os quais derrotou um império!
É
possível sim mudar o mundo! Vamos?
Belas
passagens do livro
“O
melhor governo é o que governa menos” (5)
“O
melhor governo é o que absolutamente não governa” (5)
“Deixemos
que cada homem faça saber que tipo de governo mereceria seu respeito e este já
seria um passo na direção de obtê-lo.” (8)
“Não
poderá existir um governo em que a consciência, e não a maioria, decida
virtualmente o que é certo e o que é errado?” (8)
“A lei
jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo
os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça.”
(9)
“Sou
nobre demais para ser posse,
Ser um
subalterno no comando,
Ou
mesmo servo e instrumento útil
A qualquer
Estado soberano deste mundo.” (12)
“Dou
meu voto, talvez, ao que considero direito, mas não estou vitalmente
interessado em que este direito prevaleça. Disponho-me a deixar isto nas mãos
da maioria. A obrigação desta, portanto, jamais excede a da conveniência.” (17)
“Um
homem sábio não deixará o direito à mercê do acaso, nem desejará que ele
prevaleça por meio do poder da maioria.” (17)
“A ação
baseada num princípio, a percepção e execução do direito, modifica coisas e
relações; é essencialmente revolucionária e não condiz inteiramente com nada
que lhe seja anterior.” (22)
“Leis
injustas existem: devemos contentar-nos em obedecer a elas ou esforçar-nos em
corrigi-las, obedecer-lhes até triunfarmos ou transgredi-las desde logo?” (23)
“Se a
injustiça tem uma mola, polia, cabo ou manivela exclusivamente para si, talvez
possamos questionar se o remédio não será pior que o mal. Mas se ela for de
natureza tal que exija que nos tornemos agentes da injustiça para com os
outros, então proponho que violemos a lei. Deixemos que nossas vidas sejam um
antiatrito capaz de deter a máquina. O que devemos fazer, de qualquer maneira,
é verificar se não nos estamos prestando ao mal que condenamos.” (25)
“Um
homem não tem que fazer tudo, mas algo, e não é porque não pode fazer tudo que
precisa fazer este algo de maneira errada.” (25)
“Pois
não importa quão limitado possa parecer o começo: aquilo que é bem feito uma
vez está feito para sempre.” (28)
“...é
porque não sabe o quanto a verdade é mais poderosa que o erro, nem o quão mais
eloquente e eficazmente pode combater a injustiça aquele que já a tenha
experimentado em sua própria carne.” (29)
“Mas o
homem rico – sem querer fazer nenhuma comparação invejosa – está sempre vendido
à instituição que o faz rico. Falando em termos absolutos, quanto mais
dinheiro, menos virtude, pois o dinheiro se interpõe entre um homem e seus
objetivos, e os obtém para ele, e certamente não há grande virtude em fazê-lo.
O dinheiro abafa muitas questões que, de outro modo, este homem seria levado a
responder, ao mesmo tempo em que a única nova questão que lhe propõe é a
difícil, embora supérflua, questão de saber como gastá-lo.” (31)
“O
melhor que um homem pode fazer por sua cultura, quando enriquece, é tentar por
em prática os planos que concebeu quando pobre.” (32)
“Confúcio
disse: ‘Se um Estado for governado pelos princípios da razão, a pobreza e a
miséria serão objeto de vergonha; se um Estado não for governado pelos
princípios da razão, a riqueza e as honrarias serão objeto de vergonha’.” (34)
“Não me
senti aprisionado sequer por um momento e aqueles muros pareceram-me um enorme
desperdício de pedra e argamassa.” (36)
“Como
não podiam alcançar-me, resolveram punir meu corpo; como meninos que, não
conseguindo atacar alguém que odeiam, maltratam-lhe o cão.” (37)
“Portanto,
o Estado nunca enfrenta intencionalmente a consciência intelectual ou moral de
um homem, mas apenas seu corpo, seus sentidos. Não está equipado com
inteligência ou honestidade superiores, mas com força física superior.” (37)
“Se uma
planta não consegue viver de acordo com sua natureza, ela morre, e assim também
um homem.” (38)
“Na
verdade, serenamente declaro guerra ao Estado, a meu modo, embora eu ainda
possa vir a usá-lo e obter dele as vantagens que puder, como é comum nestes
casos.” (45)
“Não
quero entrar em minúcias desnecessárias, nem fazer distinções sutis, nem
pretendo parecer melhor do que meus semelhantes.” (48)
“Aqueles
que não conhecem fontes mais puras de verdade, que não seguiram seu curso até
mais alto, apóiam-se, sabiamente, na Bíblia e na Constituição, e bebem-na ali
com reverência e humildade; mas aqueles que contemplam o lugar de onde ela
verte para este lago ou aquela lagoa, arregaçam as mangas mais uma vez e
continuam sua peregrinação até suas nascentes.” (53)
“Será a
democracia, tal como a conhecemos, o último desenvolvimento possível em matéria
de governo? Não será possível dar um passo mais além no sentido do
reconhecimento e da organização dos direitos do homem?” (55)
Walden
“Os
livros devem ser lidos tão deliberada e reservadamente quanto foram escritos.”
(61)
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