Rex
Stout é seguramente um dos maiorais do romance policial. Quem já leu, sabe como
são deliciosas as aventuras de Nero Wolfe e Archie Goodwin. Tão saborosas que o
autor chegou a lançar “O Livro de Receitas de Nero Wolfe”, só com pratos de
alta culinária, tão apreciados pelo detetive figuraça genial criado por Stout.
E quem
ainda não leu, não sabe o que está perdendo!
Já
fazia tempos que não liga algo desse autor que considero um de meus favoritos.
O intervalo foi bom, pois me fez perceber algo que ainda não havia notado: o
estilo de Rex Stout é uma mistura do melhor de dois mundos!
Pois
existem duas grandes vertentes no romance policial tradicional. A primeira é o
estilo “clássico” baseado no “whodunit” (quem matou?) e seu expoente
indisputável foi, é e sempre será Agatha Christie (opinião imparcial aham!). E
a segunda vertente é o “noir”, onde os homens são durões e as mulheres são
fatais, resposta americana ao estilo clássico inglês, estilo encabeçado por nomes
como Raymond Chandler, Dashiell Hammett e Ross MacDonald.
Nero
Wolfe é um perfeito modelo do detetive “clássico”: cerebralmente brilhante, o
apogeu do raciocínio, o gênio excêntrico e de temperamento difícil.
Assim
como no romance policial clássico, as aventuras de Nero Wolfe são narradas por
seu fiel ajudante, nesse caso o figuraça Archie Goodwin. E é aí que está o
toque brilhante de Rex Stout. Pois Archie é um típico representante do romance
“noir”: durão, bonitão e brincalhão.
O olhar
sempre irônico do narrador Archie é o toque genial, que faz a diferença. Stout
conseguiu criar um tipo debochado e ao mesmo tempo nobre, por um lado cínico e
por outro virtuoso... e sobretudo muito bom de papo. Uma leitura irresistível!
Sobre o
livro
Nessa
história, uma cliente milionária contrata Wolfe para uma tarefa aparentemente
impossível: sobrepujar o todo-poderoso FBI. No meio do bolo doido que essa
disputa provoca, um assassinato é desvendado quase que por acaso.
Um lado
interessante dessa história foi que o autor claramente a utilizou para dar umas
cutucadas no FBI. Por outro lado, esse mesmo lado panfletário dá um sabor meio
exótico em um romance policial...
Outra
observação interessante que fiz foi a respeito da tradução. Já li outras obras
de Stout em português e inglês, e percebo que a tradução, cheia de ênclises e
construções formais, deixa o texto bem menos leve e fluido que no original.
Isso gera uma situação que, percebo, não é rara: muitas vezes a tradução é mais
“difícil” de ler que o original.
Lendo e
aprendendo!
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LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
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