RESENHA - "O ARQUITETO DO ESQUECIMENTO" (LITERATURA NACIONAL) - MARCOS BULZARA

LIVRO  : "O ARQUITETO DO ESQUECIMENTO" (LITERATURA NACIONAL)

AUTOR: MARCOS BULZARA

EDITORA  : LIFE

PÁGINAS – 380

1ª EDIÇÃO 2009

CATEGORIA: FICÇÃO/ROMANCE NACIONAL

ISBN: - 978-85-62660-16-0

CITAÇÃO: [...]"Doran  procurou enxergar algo pelo pequeno espaço de moldura que tinha diante de si. O barulho vinha do outro lado., mais do sul de onde estava. Vinha de Birkenau, o campo de extermínio. Sentiu o coração acelerar. O que seriam aqueles tiro, aquelas explosões? Seriam os Aliados que finalmente chegaram? Ficaria decepcionado se soubesse a verdade - que eram os próprios alemães que estavam destruindo Birkenau. Tentavam apagar a evidência de algo sem precedentes na história: a maior crueldade humana que jamais existiu. 

  Covardemente buscavam destruir provas de algo que nunca teria explicação." (pág. 168)

ANÁLISE TÉCNICA: 

-CAPA = e ilustrações de Luiz Roberto Farias Filho.

Ampulheta com areia vermelha escorrendo; título e nome do autor em letras douradas e alto relevo. Simples e Linda!

(nota:  4,80   de 5,00)

-DIAGRAMAÇÃO:  feita pela Gráfica Viana e projeto gráfico de Mota Júnior.

Folhas amareladas com letras pretas um pouco acima da média, o que facilitou a leitura.

Algumas folhas como borrões com números, mapas, escritos, etc...como se estivessem se apagando.

Composto de: dedicatória, pensamento, introdução, dividido em V partes com numeração e títulos e a cada separação uma folha com ampulheta e folha como borrão. Detalhe: a cada parte a areia da ampulheta escorre mais um pouco até que na última, a areia está toda escorrida. Achei genial!; são 57 capítulos apenas numerados, epílogo e nota do autor. Bem completinho!

 (nota:  4,90 de 5,00)

- ESCRITA: 

O livro todo é bem discursivo em uma narrativa feita em 3ª pessoa e com pouquíssimos, mas essenciais, diálogos. Ainda assim a narrativa não é enfadonha por ser cheia de detalhes, é interessante e fluente. 

(nota: 4,90  de 5,00)

CITAÇÃO: "- Chorar é tornar menor a profundidade do sofrimento - ela sussurrou para si mesma." (pág. 223)

RESUMO SINÓPTICO:   

Doran Visich era judeu polonês que viveu uma infância tranquila ao lado dos pais, irmão mais velho e da querida irmã Constantine com quem tinha uma ligação muito forte e elo de amizade profundo. Viviam em uma pequena comunidade afastada da cidade com deveres e cuidados na fazenda e onde íam apenas aos 10 anos para uma escola; porém Doran tinha uma curiosidade a cima da média e já sabia ler e escrever quando teve de ir participar das aulas. A professora sempre o estimulava e sabia que era diferente dos outros, tinha uma lógica única para as coisas.

Foi capturado pelos nazistas e levado aos campos de concentração, onde  inesperadamente conseguiu sobreviver a todas atrocidades imputadas aos prisioneiros. 

Tornou-se o gênio por trás da droga D-45 que fazia as pessoas esquecerem parte de suas vidas. Ganhou uma fortuna, casou-se, teve uma filha a quem deu o nome de Constantine em homenagem a irmã, a quem admirava e carregava uma culpa em relação a um acidente na infância que o fez infeliz durante toda a vida.

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR: 

Quando ouvi falar a primeira vez desse livro fiquei fascinada, embora não tenha lido nenhuma sinopse nada, foi apenas pelo título e achava que tinha de lê-lo porque se relacionava com problemas de memória (algo que vem me acometendo há algum tempo).

  Nada haver com o real teor do livro... O que foi bom, porque o enredo é totalmente fascinante! Ler sobre eventos na época do nazismo, traz a real dimensão do quanto somos privilegiados por não ter vivido aquela época de dor, sofrimento e atrocidades.

O autor mistura passado e futuro de maneira tão natural que nem percebemos o enlace entre uma época e outra dentro do mesmo capítulo;  seus relatos são extremamente descritivos, minuciosos em relação aos locais, acontecimentos e perfil das personagens que nos percebemos envolvida em seus sofrimentos, alegrias, decepções, vinganças, enfim, em todos os acontecimentos da trama. O transcorrer da história se dá  em evolução progressiva e traz um entendimento profundo dos acontecimentos.

Mistura o real da época com uma ficção totalmente compreensível, em uma trama visceral, profunda e intensa que nos leva da alegria e ingenuidade  infantil à dor profunda e angustiante de um adulto tímido, solitário e infeliz. As lágrimas são inevitáveis diante da  intensidade dos sentimentos transmitidos através de palavras conspícuas, elaboradas e verossímeis. 

É um dos melhores livros lidos durante o ano e congratulo o autor por tamanha criatividade e sensibilidade de saber conduzir de forma fenomenal a escrita de assunto tão doloroso e importante. Parabéns!

NOTA :  5,00 de 5,00

 

BOOKTRAILLER:

SOBRE O AUTOR: 

Ao cursar Publicidade Marcos Bulzara descobriu o talento para a criação de textos.
Terminou a Pós-Graduação em Comunicação na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e algum tempo depois trocou a redação publicitária pelo seu primeiro romance – O Arquiteto do Esquecimento – uma obra tão emocionante quanto surpreendente e que foi finalista do Prêmio Literário CODEX DE OURO de 2011.
O resultado o incentivou a não parar mais.
Escreveu “João & Maria”, uma divertida e emocionante comédia romântica em parceria com a escritora e advogada paulistana Ana Paula Bergamasco.
Atualmente está trabalhando na biografia do criador de uma das mais conceituadas empresas do ramo de transportes e logística da América do Sul – a Flecha de Prata Logística.
Também outros dois romances já estão em andamento.
Ou seja, tem muito trabalho pela frente.
É casado e tem três filhos.

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