quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O SIGNO DOS QUATRO – Conan Doyle



Lendo pela segunda vez, após tanto tempo da primeira leitura, acho que curti bem mais essa aventura de Sherlock Holmes.

Uma das coisas que mais me intrigam a respeito de Conan Doyle é a ojeriza que ele desenvolveu por sua criação, a ponto de querer matar Sherlock Holmes (sendo obrigado a ressuscitá-lo diante do clamor popular e das polpudas ofertas das editoras). Afinal, o maior desejo de um escritor é que seus livros sejam apreciados pelos leitores, e raras vezes na história da literatura um personagem foi tão amado quanto Sherlock Holmes.

O primeiro motivo que encontrei para esse comportamento de Conan Doyle foi o ciúme simplesmente. A criatura tornou-se mais famosa que o criador. Mas só essa explicação não me satisfazia...

Ao reler as aventuras de Holmes, principalmente essas primeiras histórias, percebi uma outra explicação possível, que tem mais a ver com o processo criativo do escritor. Pois é patente tanto em “Um Estudo em Vermelho” quanto em “O Signo dos Quatro” um gosto do autor por aventuras mirabolantes em terras exóticas, com salteadores e aventureiros, grupos secretos e juras de morte...

Eu, como leitor, sempre achei essa a parte “chata” nas histórias de Sherlock Holmes. O que eu queria mesmo era ver o meu herói em ação, deduzindo o impossível, fumando seu cachimbo, disfarçando-se nos tipos mais improváveis, arranhando seu violino e injetando sua cocaína nos momentos de ócio... essas partes “aventureiras” eram para mim um preço a pagar para ver Holmes em ação, nada mais que isso.

E creio que a maioria dos leitores deve ter reagido de modo semelhante, pois essa parte aventureira logo foi suprimida, e para alegria do povo o grande detetive passou a brilhar cada vez mais em suas deduções.

Será que não foi isso que magoou Conan Doyle? Talvez ele achasse que a aventura era o melhor que ele tinha para oferecer... e não conseguiu aceitar ter criado um arquétipo moderno, que suplantou de longe tudo mais que ele produziu.



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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

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