sábado, 8 de junho de 2013

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO – Marcel Proust



Depois de ter relaxado com os Poemas de Alberto Caeiro, tive que voltar ao trabalho com essa extensa obra de Proust, e resolvi dividir aqui algumas observações.

Obra original com titularidade “La recherche du temps perdu”,  escrita em 7 volumes começando em 1909, mas que só veio a ser publicado pela primeira vez em 1913, com mais de 2500 ps. em continuação, dispostas assim: No caminho de Swuann, À sombra das raparigas em flor (ganhador do Nobel), O lado de Guermantes em 2 volumes, Sodoma e Gomorra em 2 volumes, A prisioneira, A Fugitiva  e  O Tempo Reencontrado, os três últimos postumamente. O primeiro a traduzir no Brasil foi Mário Quintana em 1948.   

Romances onde a homossexualidade ronda, principalmente no 4º livro, numa época em que esse assunto não era permitido. Descreve personagens como Barão de Charlus e Robert de Saint-Loup como homossexuais assumidos, como também algumas mulheres da trama. Alguns críticos inclusive, fazem a teoria da transposição de sexos nessas obras, onde cada nome de mulher pode facilmente se transformar em nome masculino. Proust é notoriamente um escritor dotado de detalhes e minucias em suas linhas, e isso está claro e presente em todos os volumes.

Essa obra de Proust nos leva a sonhar com suas descrições, em viagens ao passado, fazendo-nos sentir como parte integrante do romance, relembrando a nossa própria história, através de suas legongas tão cheias de saudosismo, poesia e crítica. O autor narra memórias da infância familiar do personagem numa trajetória evolutiva, nos levando a conhecer o amadurecimento dos seus amores, de suas dores, e seu contato com as artes e com as terras. Senti a busca do autor, pelo sentido da vida vazia, em todos os seus volumes, através de suas questões filosóficas-existenciais.

Os personagens se cruzam pelos volumes em tramas de ciúmes e amor. No volume “No Caminho de Swuann”, a saga começa com as recordações da infância do narrador, suas aflições infantis e passa para o amadurecimento do jovem, com analise dos seus amores, seus ciúmes, seus envolvimentos, etc. Em seguida, em “A Sombra das moças em flor”, já adolescente, conta a história de sua viagem a um balneário onde passa as férias, seu ciclo de amizades e romances. Em “Sodoma e Gomorra”, o narrador entra no mundo da inversão sexual, Sodoma masculina e Gomorra feminina, relatando um ciclo de depravações. Já em “A Prisioneira”,  ele declara seu egocentrismo e sua visão do amor degradante. Em “A Fugitiva”, não comenta a fuga em si, mas fala sobre sua mágoa e seu sofrimento pelo abandono da fugitiva. Em “Tempo Recuperado” podemos sofrer com o narrador, o desamor em todas as suas facetas.

Li um dia desses que essa linda obra, vista em seus 7 romances, serão transformados em quadrinhos. Mas parece que só veremos a obra completa lá por 2020, por cauda da demora nas ilustrações. Vejo isso como um projeto brilhante, pois instigará os jovens a lerem o original desses quadrinhos e conhecerem esse brilhante autor e sua obra tão longa e enfadonha para leitores novatos.
Quem tiver a chance, e gostar de descrições longas e poéticas, vale muito a penaaaaa!











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