sábado, 8 de junho de 2013

ALMA INQUIETA – Olavo Bilac



Adoro esse poeta carioca, parnasiano/romântico, que como muitos se escondia no pseudônimo de mais de 50 nomes.  Foi um dos fundadores da ABL, mas sua cadeira era a 15...talvez por ser tão combatido pelos modernistas. Ahahahah Dizem que foi o poeta mais lido do começo  séc. XX, quando os homens traziam sempre em seus bolsos, um soneto no lugar de um discurso.

Essa obra me encantou pela sua melancolia e seus temas de meditação beirando sempre a filosofia.....me sinto participante da obra quando essa segue por esse caminho filosófico.
Essa obra é uma das três coletâneas do seu livro “Poesia”, com seus sonetos incríveis, cheios de métricas perfeitas, decassílabos maravilhosos como as de Bocage, sensuais e aquela melancolia que adoro, me apaixonei por essa obraaaaa.

Sua jornada política lhe deu respaldo para críticas contra a ditadura, com certeza de causa...um republicano e abolicionista dos melhores....escreveu o Hino à Bandeira né?  Mas essa parte prefiro esquecer....ahahah

Adoro soneto, linguagens rebuscadas e complicadas, rimas esporádicas e quase  marginais mas com métricas perfeitas, objetividade, emoções presas nas entrelinhas com sinais de impessoalidade, reflexões filosóficas e nada românticas, amo os clássicos principalmente quando trazem em suas linhas fatos históricos como floreio...enfim...sou quase 100% parnasiana e é quase tudo que encontrei nessa obra.

Vi a morte do Parnasianismo quando li Broquéis de Cruz e Souza,  e acho que ela ainda vive muito acesa em mim. E viva Charles Baudelaire e Théophile Gautier...ahahah
Toda a obra é maravilhosa, mas eu realmente me encontrei mais em Alma Inquieta, com seu amor sempre em pecado e decadência. Adorei a sexualidade com que trata as estrofes...olha que lindo esse poema de nome Pecador, vê se não tem ‘um que’ de dandismo em suas linhas...ou será que enlouqueci ?

Pecador

Este é o altivo pecador sereno,
Que os soluços afoga na garganta,
E, calmamente, o copo de veneno
Aos lábios frios sem tremer levanta.
Tonto, no escuro pantanal terreno
Rolou. E, ao cabo de torpeza tanta,
Nem assim, miserável e pequeno,
Com tão grandes remorsos se quebranta.
Fecha a vergonha as lágrimas consigo...
E, o coração mordendo impenitente,
E, o coração rasgando castigado,
Aceita a enormidade do castigo,
Com a mesma face com que antigamente
Aceitava a delícia do pecado.

Vale muito a pena ler essa obra...eu ameiii!!!




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...