quinta-feira, 6 de junho de 2013

O FIO DA NAVALHA – W. Somerset Maugham



Foi muita sincronicidade ter lido esse livro logo na sequência de “Sidarta” do Hermann Hesse. Pois os dois livros tratam da questão da iluminação ou samadhi. Então ler Maugham complementou e ajudou na leitura de Hesse!

Primeiro, a questão do ponto de vista. Ambos os livros tratam de um tema oriental, e ambos foram escritos por autores ocidentais. No entanto em Hesse temos um amálgama genuíno entre o oriental e o ocidental, uma mistura originalíssima a ponto de ser universal. E aqui em Maugham (pronuncia-se algo como MAWM) a história nunca deixa de ser contada por um ocidental.

Não é vergonha para ninguém ser menor que Hesse, pelo contrário: só a comparação com Hesse, em si, é o maior dos elogios!

Pois no quesito estritamente da literatura, Somerset Maugham bate um bolão! É uma delícia de se ler esse livro! O autor é muito charmoso e sedutor ao contar a sua história, sempre com muita elegância. Esse é o segundo livro dele que leio (o primeiro foi Of Human Bondage, que pude de ler em inglês), e nos dois tive essa mesma sensação de encantamento: comecei a ler, e fui lendo e lendo até que de repente o livro chega ao fim, que pena! Bom demais!

Um recurso pra lá de original foi alegar que a história toda não era invenção, mas um relato fiel de fatos, onde o autor somente se preocupou em proteger a identidade das pessoas envolvidas. A originalidade não está nesse recurso apenas, uma vez que Conan Doyle já fazia isso nas aventuras de Sherlock Holmes (só para citar um inglês mais antigo). A grande sacação de Somerset Maugham foi a de incluir a si mesmo no livro, como personagem secundário que vai testemunhando o desenrolar dos acontecimentos.

Gostaria de falar muita coisa ainda a respeito desse livro, mas enfim! Vou me limitar a dois comentários finais. Primeiro, foi que durante a leitura veio crescendo uma forte desconfiança: acho que Somerset Maugham foi o modelo parodiado por Anthony Burgess para o seu escritor Toomey, impagável criação que ganha vida no livro “Poderes Terrenos”. Segundo, foi muito interessante ver temas tão caros por essa ótica do autor!

Um livro que faz pontes com tantos livros excelentes! Só por isso já seria altamente recomendável! Mas o melhor de tudo é que é realmente muito bem escrito!



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