sexta-feira, 7 de junho de 2013

RISO NO ESCURO – Vladimir Nabokov



Adoro os russos...Nabokov era um russo que buscava muito entender a alma humana...bem, não muito diferente de todos nós né? Ahahaha
Li uma curiosidade dessa obra...a de que  foi publicada pela primeira vez em 1932, com a titularidade em russo pelo próprio autor - “Камера Обскура” e 4 anos depois traduzido para o inglês sobre o título  “Camera Obscura” (tradução essa, que não agradou ao autor), e em 1938 relançado como  Riso no Escuro.

O começo da obra nos lembra uma fábula infantil com sua eterna frase: Era uma vez...A obra conta a história  de um burguês, feliz, que amou e não foi amado por sua amante, e sua vida acabou em desastre. Assim o próprio autor faz no prólogo, um resumo da obra toda. Que maldade!!!! Bem, Garcia Marques em Cem anos de Solidão, Voltaire em Cândido, Kafka em Metamorfose também usaram dessa prática inicial. Nada muito original, mas suas entrelinhas contam mais que um desastre amoroso.

Esse protagonista, morador de Berlim, crítico de arte maduro, como já disse acima, casado, rico e feliz, cai nas garras do cupido sem querer e se apaixona por uma jovem, de status diferente do seu...sofrendo com esse enlace extra-conjugal. Como não podia deixar de acontecer, o triângulo amoroso se faz presente, a partir do aparecimento do personagem inescrupuloso, amante da jovem, onde se começa a perceber, a alusão do autor ao binômio, crueldade x ingenuidade na trama.

Nabokov com muita habilidade, faz com que um previsível romance em triângulo, se torne em uma obra surpreendente e envolvente. Relata com muita delonga e vigor, como um homem maduro, respeitável e feliz, abandona a esposa e seu lar, por uma jovem com metade da sua idade, que almeja se tornar estrela de cinema...

Carregado da ânsia sexual característica do homem, conhece no escuro de um cinema Margot,  uma lanterninha que traz em si o sonho de ser atriz. Adolescente petulante, filha de neuróticos, ex-prostituta frustrada, vulgar, aproveitadora e manipuladora, e que faz da alma do seu destino presente deste homem, um verdadeiro inferno de humilhações e  manobras sórdidas, roubando-lhe não só a alma e a paz, mas também  destruindo seu o casamento, sua dignidade e parte de seu patrimônio.
Albinus começa a cometer loucuras pela ninfeta, e vê-se completamente cego e preso por essa relação psicótica, exploradora e humilhante. Um homem fraco, egoísta e frio, que mereceuuuuuu tudo o que passou !!!!

Bem Nabokov parecia conhecer essas proezas e esses entraves românticos com diferenças de idade mesmo, foi ele que escreveu nos anos 50 a obra “Lolita”, que falava do mesmo tema. Será que era fixado em ninfetas? Ahahahaha  Aliás esse termo ninfeta foi popularizado por ele mesmo. A obra apesar do enredo comum traz seus encantos literários, pelas mãos desse grande autor.




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