domingo, 29 de setembro de 2013

RESENHA - "EM BUSCA DE UM FINAL FELIZ" - KATHERINE BOO

Em Busca de um Final Feliz



LIVRO  : "EM BUSCA DE UM FINAL FELIZ"

TÍTULO ORIGINAL: "BEHIND THE BEAUTIFUL FOREVERS"

AUTORA: KATHERINE BOO

TRADUÇÃO: MARIA ANGELA AMORIM DE PASCHOAL

EDITORA  : NOVO CONCEITO

PÁGINAS –287

IMPRESSÃO - 2013

 1ª  EDIÇÃO

CATEGORIA: NÃO-FICÇÃO

ASSUNTO: REPORTAGEM/SOCIOLOGIA

ISBN: - 978-85-8163-032-8



CITAÇÃO: "A procissão dolorosa dos favelados parecia ainda menor em contraste com a animação enorme da cidade do aeroporto. Painéis gigantes anunciavam o lançamento iminente da versão indiana da revista People. Carros pretos dirigidos por motoristas rolavam silenciosamente para fora do Hyatt, participantes de uma convenção farmacêutica, fazendo uma pausa para conhecer a cidade. No Hotel Leela, representantes americanos do parque temático da Universal sentiam-se otimistas com seus planos de entrar no mercado indiano. "A porcentagem de pessoas ricas na Índia é pequena, mas olhem os números absolutos. Existe o suficiente para a gente fazer isso dar certo. Nem me fale sobre a Disney, somos a melhor marca. Homem-aranha, A vingança da múmia, e agora estamos tendo bons resultados com o Harry Porter. Eu sei, as pessoas vão dizer que eu deveria ir a Disney Wordl, espionar o rival, mas não posso fazer isso. Sou competitivo demais, não dou um centavo para a oposição..."."(pág. 145)

ANÁLISE TÉCNICA:

-CAPA = 

Menino no meio de uma poça de lama com o rosto voltado para o céu, ao fundo uma favela e mais ao fundo prédios residências.

Título acima da figura central em letras vermelhas e o nome da autora acima em letras pretas e em evidência.

Adaptação da capa: Jorge Parede.

Design capa original: Gabrielle Bordwin

Imagens capa: Chiara Goia (Slum), Alex Masi/Corbis.

Após a leitura do livro percebe-se que a capa é uma parte do local onde tudo transcorre no enredo.

(nota:  4,00 de 5,00)

-DIAGRAMAÇÃO:  

Feita pela Futura, Vanúcia Santos. 

Impressão e acabamento RR Donnelley.

É feita com: dedicatória, prefácio, sumário,prólogo, dividido em 4 partes numeradas e com títulos e 17 capítulos numerados e com títulos,  nota da autora, agradecimentos e sobre a autora. Uma diagramação bem completa, o que me agrada.

Formato/Acabamento: 16x23x1,9

Peso: 0.42 kg

(nota: 4,00 de 5,00)

- ESCRITA: 

Prefácio em primeira pessoa pela autora.

O livro em si é escrito em 3ª pessoa, bem descritivo e com diálogos.

A escrita é romanceada o que dá uma falsa impressão ao conteúdo do livro que é real e chaga a ser cruel em certas partes. Talvez por isso a autora tenha ganho o prêmio Pulitzer, ela mostrou a realidade em linguagem 'adoçada'...

Achei que por ser jornalista o livro seria em forma de reportagem, na verdade ela enquadrou o livro em forma de romance para contar uma história real e dolorosa. 

 (nota: 3,80 de 5,00)

CITAÇÃO: "Ele estava bem preparado para seu trabalho como novo microssabotador da nova economia. Sua habilidade de escalar paredes fora conquistada nos coqueiros da estrada do aeroporto, seu tamanho pequeno ajudava a desviar suspeitas, e ele não recusava os riscos calculados, como aqueles que correra ao saltar no parapeito cheio de lixo, acima do rio. O único problema era que suas mãos e pernas tremiam cada vez que ele pegava um pedaço de metal, um tique nervoso que os outros ladrões achavam divertidos." (pág. 225)

RESUMO SINÓPTICO:  

Fátima Shaikh - Perna Só tem 35 anos, é escandalosa e é vizinha de Abdul e vive em litígio com a mãe dele. É casada com um muçulmano pobre e que ao sair para trabalhar, deixa a esposa livre para receber homens em casa, claro que ele não sabia. Ela tocou fogo no próprio corpo e acusa Abdul de tê-lo feito.


Abdul Hassan não sabe realmente qual sua idade e tem uma imensa família. São 9 irmãos que ele consegue sustentar com suor do seu trabalho.


Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico e tem uma moral ilibada para as condições em que vive, não se envolve com ladrões, nem drogados, mesmo quando a fome aperta e se torna insuportável.


Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora e estuda através da extorsão feita pela mãe Asha a outros moradores que podem pagar pela ajuda, já que é influente e recebe do governo verba para manter uma escola que vive fechada e funciona apenas no dia de inspeção, mas Manju gosta de ensinar os pequenos o que causa raiva em Asha.


São alguns dos personagens reais que vivem em Annawadi,  favela vizinha ao aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia e onde Katherine Boo durante 4 anos fez um estudo através de entrevistas e questionários para execução do livro.


Entre duas realidades totalmente diversas, separada por um muro, onde do lado pobre vive da reciclagem de lixo, encontramos corrupção do governo na política, freiras, policiais e juízes ladrões e até os médicos insistem em cobrar por serviços que deveriam ser gratuitos. Do outro comidas exóticas, luxo e uma vida totalmente diferente separada por apenas 200m...

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:


Nossa! Talvez seja a resenha mais difícil que faço desde que me aventurei a expressar opinião sobre os livros que leio... Por que? Porque me causou sentimentos contraditórios e mexeu muito com minha parte sensível, solidária e de querer resolver os problemas de sobrevivência alheia, não admito as pessoas passarem fome e me entristeço quando me deparo com uma realidade dessas... 

O livro é uma realidade nua e crua. Sem falso moralismo, sem fantasia, apenas a compilação de estudos feitos por 4 anos pela autora, em um local limítrofe entre duas realidades  na Índia. E foi um choque grande!

Como se trata  de fato reais, o livro tem muitas personagens o que atrapalha um pouco o fluxo da leitura, porque confunde em alguns momentos. Após aprender sobre as personagens, o livro traz um ritmo melhor. Pode ser uma dificuldade minha, mas na verdade foi algo que incomodou.

Como algumas crianças fazem parte da história, tem momento hilários e dá até para rir, entretanto, a maior parte do livro é dolorosa, triste e a realidade tão cruel que chega a doer. Conhecemos a corrupção, ladrões e toda realidade maquiavélica de políticos e policias, mas ver freiras e médicos envolvidos em tal prática em um local totalmente desprovido do básico: saneamento, água, energia, escola e comida, deu uma revolta ainda maior.

O que posso dizer é que se você gosta de livros baseados em fatos reais como eu, gosta da realidade verdadeira de uma sociedade longe da que vivemos e perto do que ouvimos existir, mas não vivenciamos, o livro é interessante, porém cruel e chocante. E se não gosta desse tipo de leitura, nem se aventure...

NOTA : 4,00 de 5,00


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CITAÇÃO: "Há dez anos, eu me apaixonei por um indiano e ganhei de presente um país. Ele insistiu para eu não me deixar levar pelas aparências." (pág. 277)

SOBRE O AUTORA:

 

Katherine Boo é redatora do The New Yorker, foi editora do The Washington Monthly e, por quase uma década, repórter e editora no The Washington Post, mas aprendeu a fazer reportagens no Washington City Paper.
Passou os últimos 20 anos fazendo reportagens dentro de comunidades pobres, observando como as sociedades distribuem oportunidades e como os indivíduos escapam da pobreza. Já foi premiada pela MacArthur Foundation, recebeu o National Magazine Award for Feature Writing e ganhou o Pullitzer Prize para Serviços Públicos.
Este é seu primeiro livro.
RESENHA FEITA POR RUDYNALVA.
CORTESIA EDITORA NOVO CONCEITO.
 EDITORA NOVO CONCEITO
CHEIRINHOS
RUDYNALVA

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